De 2019 a 2022 o aumento do preço de alimentos no país superou a média geral da inflação em 3 dos 4 anos e nunca ficou abaixo dos 6%. No último ano sob Bolsonaro, chegou a quase 12%.
Na “guerra dos bonés” no Congresso Nacional, parlamentares aliados ao governo do presidente Lula (PT) desfilam com o bonés com a inscrição “O Brasil é dos Brasileiros” (criticando o apoio dos bolsonaristas ao presidente Trump, dos EUA), e, em contraponto, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagem com o boné com a frase: “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”. Uma análise mais detalhada dos números mostra que os bolsonaristas não estão com a razão, pois no período de governo do ex-capitão a inflação dos alimentos foi muito maior do que atualmente.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, de 2019 a 2022 o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, mostra que a alta dos preços dos alimentos superou a média geral da inflação em três dos quatro anos e nunca ficou abaixo dos 6%. No último ano do governo Bolsonaro, o indicador chegou a quase 12% (ver tabela acima). No ano de 2020, a inflação de alimentos superou 14,%. Era o primeiro ano da pandemia de Covid-19 e início das políticas de isolamento social. O indicador foi puxado, principalmente, pelas altas de arroz, óleo de soja e batata. Foi nessa ocasião, que Bolsonaro saiu com a pérola dizendo para os brasileiros pararem de comer arroz, cereal que é parte essencial da dieta do brasileiro.
No primeiro ano do governo Lula, a inflação dos alimentos foi de apenas 1,03% e em 2024 chegou a 7.69%, agravada pela seca de cinco meses que prejudicou a safra no Centro-Oeste. As cheias e alagamentos no Rio Grande do Sul também contribuíram para alta de preços de alimentos.
O estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) “Inflação Alta e Renda em Queda” mostra que do começo de 2019 a setembro de 2022, os preços que mais subiram foram do leite (91,53%), da carne (81,9%), do feijão (55,7%) e do arroz (53,15%). Quem ganhava um salário mínimo tinha de trabalhar 124 horas só para adquirir os produtos mais básicos da alimentação diária.
Além de piadas de mal gosto com a carestia, o governo do o ex-presidente Jair Bolsonaro nada fez para solucionar o problema, enquanto o governo Lula 3 adotou como uma das primeiras medidas de seu governo retomar os estoques de alimentos por meio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), com o objetivo de regular os preços. Obviamente, essa medida foi prejudicada no ano passado pela safra afetada pelas más condições do clima.
Quando, em 2022, o Ministério da Saúde declarou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a inflação de alimentos e bebidas terminou o ano em quase 12% nos dois indicadores, contra 6% da inflação geral.
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