O presidente da China, Xi Jinping, foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente Lula, nesta quarta-feira (20), no Palácio da Alvorada. A visita marca as celebrações dos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Países assinam 37 atos nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura.
“Estabeleceremos sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana, e o Plano de Transformação Ecológica e a Iniciativa Cinturão e Rota”, listou o presidente brasileiro.
A vinda do presidente chinês reitera o esforço do governo Lula em manter e ampliar o comércio com produtos brasileiros de maior valor agregado à balança comercial.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Somente de janeiro a outubro deste ano, o comércio entre os dois países foi de mais de 136 bilhões de dólares. Desse total, 53 bilhões foram de importações de produtos chineses e 83 bilhões de dólares de vendas de produtos brasileiros à China.
Futuro compartilhado
Os dois presidentes assinaram atos nas áreas de investimento e desenvolvimento. Em seguida, ao lado de Xi Jinping, Lula fez a leitura da declaração à Imprensa por ocasião da visita de Estado do presidente chinês.
O presidente Lula destacou a importância da parceria entre os dois países nos últimos 50 anos e ressaltou e intenção em ampliar essa relação em áreas estratégicas como saúde, agronegócio e inteligência artificial.
“O presidente Xi e eu decidimos desejo de elevar a parceria estratégica e global ao patamar de comunidade de futuro compartilhado por um mundo mais justo e um planeta sustentável. Estamos determinados a alicerçar nossa cooperação pelos próximos 50 anos em áreas como infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial, economia digital, saúde e aeroespacial”, afirmou Lula.
“Por essa razão, estabelecemos sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil, o Programa de Aceleração do Crescimento, o programa Rota de Integração Sul-Americana e o Plano de Transformação Ecológica, e a iniciativa Cinturão e Rota”, acrescentou o presidente.
O melhor momento das relações bilaterais
Xi Jinping afirmou que as relações entre os dois países se encontram em seu melhor momento. Ele enumerou as principais colaborações assinadas hoje, que devem trazer benefícios para as populações dos dois países..
“A elevação das relações bilaterais à comunidade de futuro compartilhado China-Brasil por um mundo mais justo e um planeta mais sustentável e o estabelecimento de sinergias entre a iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil, no contexto da evolução acelerada da configuração internacional, tudo isso demonstra nossa determinação de identificar, responder e aproveitar as mudanças”, enfatizou o presidente chinês.
“E isso promoverá, com certeza, as relações China-Prasil a levar a diante o que herdou do passado e arrancar os próximos 50 anos dourados. Bem como estabelecer exemplos de união e auto-fortalecimento para os países do sul global”, acrescentou o presidente chinês, que chegou a Brasília após participar, no Rio de Janeiro, da Cúpula de Líderes do G20, na segunda-feira (18) e na terça-feira (19).
Acordos
FORÇA-TAREFA – Lula garantiu que, para que os acordos sejam implementados, uma Força-Tarefa sobre Cooperação Financeira e outra sobre Desenvolvimento Produtivo e Sustentável serão estabelecidas e vão apresentar projetos prioritários em até dois meses, além dos esforços mantidos para dar seguimento ao Diálogo MERCOSUL-China e ao aprofundamento da cooperação na área de investimentos.
MUNDO MELHOR – Para o líder chinês, é hora de ambos os países, juntos, buscarem desenvolvimento, cooperação e justiça, em vez de pobreza, confrontação e hegemonia, e, assim, construírem um mundo melhor. O presidente brasileiro ressaltou o suporte do governo chinês à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada oficialmente há dois dias, durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, que já tem a adesão de mais de 80 nações. “A China foi parceira de primeira hora nessa empreitada para devolver a dignidade a 733 milhões de pessoas que passam fome no mundo em pleno século 21”, disse Lula.
BUSCA PELA PAZ – Outro tema abordado na reunião dos dois líderes foi o fim das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. Lula lembrou que sem paz o planeta tampouco estará em condições de construir soluções para a crise climática, outra meta compartilhada com a China. “O interesse chinês pelo Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto pelo Brasil para remunerar a preservação desses biomas, confirma que há alternativas eficazes para financiar o desenvolvimento sustentável”.
UCRÂNIA E PALESTINA – Xi Jinping ressaltou que somente quando houver uma visão de segurança comum, cooperativa e sustentável será possível uma trilha de paz duradoura. “China e Brasil emitiram entendimentos comuns sobre uma resolução política para a crise na Ucrânia e criaram o Grupo de Amigos da Paz sobre a crise na Ucrânia, junto com os outros países do sul global. Devemos reunir mais vozes que advocam a paz e procuram viabilizar uma solução política. Sobre o conflito no Oriente Médio, o presidente chinês afirmou que é necessário focar na Palestina. “É a causa raiz. Apelamos por um cessar-fogo imediato”, reforçou o líder chinês