O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dar um puxão de orelha nos ministros do governo, nesta segunda-feira (13/5). Durante a reunião ministerial ocorrida no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo destacou a necessidade do time ser uniforme e consistente em relação aos anúncios de auxílio ao estado do Rio Grande do Sul.
“Essa reunião é para isso, pra gente ter o conjunto do governo, ter todas as informações do que está acontecendo e cada ministro que for falar, ou cada ministro tentar falar sempre a mesma coisa que está acontecendo. Não ficar dizendo coisa que não está acontecendo ou ficar inventando coisas que ainda não discutiu. Ou seja, não dá para cada um de nós que tem uma ideia, anunciar publicamente uma ideia. Uma ideia e um instrumento de conversa no governo para que a gente transforme a ideia numa política real”, alfinetou.
Não é cada um que tiver uma ideia vai falando da sua ideia, vai dizendo o que é que vai fazer, porque isso termina não construindo uma política pública sólida. É uma atuação muito homogênea do governo no caso do Rio Grande do Sul. Dito isso, eu queria também agradecer o trabalho que vocês já fizeram”, amenizou.
Em outro ponto do encontro, orientou para que os ministros não divulguem as informações que ele quer anunciar. “Eu não quero que a imprensa saiba qual é a orientação. Só depois”, afirmou o chefe do Executivo, na abertura do encontro no Palácio do Planalto. Também está sendo estudada, por exemplo, a inclusão no Bolsa Família de pessoas que ficaram desabrigadas e perderam a renda temporariamente.
Lula também comentou sobre as doações nacionais e internacionais que o estado tem recebido para ajudar os milhares de desabrigados em meio às enchentes. Alegou que o governo “não possui estrutura para arrecadar tudo na hora que as pessoas falam” e que é preciso um plano de logística e “muita mão de obra”.
É coisa do exterior, é coisa que cada estado, cada um que junta um monte de coisa de doação. Ele acha que a gente tem estrutura de pegar na mesma hora, do mesmo dia, de distribuir. E tudo isso demanda uma infraestrutura não apenas de recolhimento dessas coisas, selecionar essas coisas, ver a necessidade, para onde a gente vai mandar. Tudo isso demanda um tempo excepcional de muita mão de obra. Estamos até agora com muita gente voluntariada, mas daqui a pouco, voltam pra fora da atividade normal. E aí entra o papel da máquina do Estado de dar vazão ao recebimento das coisas que as pessoas dão e fazer essas coisas chegarem até a casa das pessoas”, concluiu.