Com o Brasil no comando da presidência rotativa do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega neste domingo (3/11) à Alemanha para uma visita de três dias em um momento de intensa reaproximação entre os dois países, com destaque para o acordo Mercosul-União Europeia e para o meio ambiente.
As relações esfriaram após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD, o "banco dos Brics"), e chegaram a um nível crítico durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Com Temer, foi por uma questão de agenda, pela presidência curta. No caso do Bolsonaro, houve realmente a pior crise das relações bilaterais em décadas em função de profundas divergências, sobretudo no âmbito do clima", diz Oliver Stuenkel, professor associado de Relações Internacionais da FGV em São Paulo.
"Na Alemanha, o tema ambiental é muito importante, e o Brasil é visto como um ator indispensável nesse contexto", acrescenta.
Fontes diplomáticas confirmaram à BBC em caráter reservado que as conversas eram "difíceis" durante o governo de Bolsonaro. Tão logo Lula foi eleito, em outubro do ano passado, o cenário "mudou completamente", com os "alemães empolgados" com o novo mandato do petista e acionando seus diplomatas para marcar reuniões em Brasília.