Como um dos resultados da missão do governo do presidente Luiz Inacio Lula da Silva à Arabia Saudita, a Embraer assinou três acordos de cooperação com o governo e empresas daquele país, nas áreas de aviação civil; defesa e segurança; e mobilidade aérea urbana. Estes acordos permitirão à empresa estabelecer diversas linhas de colaboração e iniciativas conjuntas, públicas e privadas, naquele país, expandindo oportunidades de investimento e parcerias com a indústria local, além de incrementar exportações a partir do Brasil.
Os acordos a serem assinados pela Embraer na Arábia Saudita são: (1) memorando de entendimento de Cooperação e Parcerias com o Governo saudita (Ministério de Investimento da Arábia Saudita e o GACA – Autoridade Aeronáutica saudita); (2) memorando de entendimento com a SAMI – empresa saudita de Defesa e (3) memorando de entendimento da EVE, o “carro voador”, com a FlyNas, sobre operações de taxi aéreo naquele país.
Os acordos em questão serão anunciados por ocasião do Seminário Embraer, realizado na tarde desta quarta-feira 29 (manhã no horário de Brasília), cuja abertura será realizada pelo Presidente da República.
Acordos bilaterais
Um dos pontos da conversa foi o investimento de US$10 bilhões que o Fundo Soberano Saudita planeja aplicar no Brasil. Desse montante, US$ 9 bilhões estão previstos para os próximos sete anos. No leque de possibilidades, projetos na área de energia limpa, hidrogênio verde, defesa, ciência e tecnologia, agropecuária e aportes em infraestrutura conectados ao Novo PAC.
No encontro em Riad, capital saudita, o presidente Lula mencionou a reaproximação do Brasil com os países árabes e destacou o potencial do Brasil para a transição energética e ações de combate à crise climática. Ele antecipou ao príncipe que o Brasil vai apresentar na COP-28, em Dubai, avanços no controle do desmatamento e ações conectadas à preservação e proteção das florestas tropicais.
A Arábia Saudita tem objetivos de sustentabilidade que envolvem a produção de 90 GW de energia limpa, até 2030, tanto dentro quanto fora do país. O Brasil é um dos países com maior potencial para receber investimentos com esse fim, em energias renováveis, como o hidrogênio verde.
Mohammed bin Salman mencionou a posição de Brasil e Arábia Saudita como líderes econômicos de suas regiões e sinalizou que esse é um indicativo de que uma parceria mais forte e estratégica entre os dois países será interessante para todos os lados.
SALTO – Os dois líderes projetam que as transações comerciais entre os dois países, que já somam 50 anos, possam saltar dos atuais US$ 8 bilhões para US$ 20 bilhões até 2030.
Eles falaram sobre o protagonismo internacional do Brasil. O príncipe herdeiro mencionou a importância estratégica da Presidência brasileira do G-20, que se inicia em dezembro. Mohammed bin Salman também ressaltou a entrada da Arábia Saudita no BRICS, e afirmou que o país tem interesse em ter uma participação ativa no banco do bloco, o NDB.
Convidado pelo presidente Lula, o líder saudita também demonstrou interesse em visitar o Brasil e conhecer, especialmente, a Amazônia. Ele fez referência ao fato de o Brasil ser um país pacífico e com manifestações culturais muito apreciadas em seu país, além do futebol.
Os dois líderes e suas respectivas comitivas também manifestaram interesse na construção de um Conselho bilateral, em nível ministerial, que se reúna períodicamente para promover o aprofundamento das relações econômicas e politicas entre os dois países, tema comentado igualmente pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), em contato com a imprensa brasileira presente no país árabe na manhã desta terça.