O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relançou o programa “Luz para Todos”, no município de Parintins, no Amazonas, na sexta-feira (4). O objetivo é assegurar o acesso à energia elétrica aos brasileiros que residem em áreas da Amazônia Legal.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o programa envolve a implementação de placas solares em locais isoladas da região e a interligação dos municípios de Parintins (AM), Itacoatiara (AM) e Juruti (PA) ao Sistema Interligado Nacional de Energia Elétrica. De acordo com o ministro, a ideia é substituir os geradores a diesel por uma fonte de energia limpa e renovável, buscando assim a descarbonização e a transformação da matriz energética do país.
“Com mais transmissão e interligação, serão mais 53 localidades interligadas que deixarão de usar energia poluente. É só o começo. Com isso, reduziremos a emissão de 1,5 milhões de toneladas de carbono até 2030, com R$ 5 bilhões em investimentos”, afirmou o ministro durante o lançamento.
“São 500 mil pessoas ainda a saírem da pobreza energética. Até 2026 nós queremos eliminar completamente a questão do acesso à energia. Aí, sim, partiremos para outros desafios, por exemplo, como readequarmos e levarmos energia mais barata a essas populações”, disse o ministro Alexandre Silveira.
Criado em 2003, durante o primeiro governo do presidente Lula, o Programa Luz para Todos atendeu cerca de 3,6 milhões famílias com a distribuição de energia elétrica. Nessa nova etapa, o programa deve beneficiar até 500 mil famílias.
No lançamento, Lula também assinou a ordem de serviço para início das obras do Linhão de Tucuruí, que conectará o Estado de Roraima à rede nacional de energia elétrica. No total, a linha de transmissão ligará Manaus (AM) a Boa Vista (RR), com 715 quilômetros de extensão.
Importação de energia da Venezuela
O ministro também citou o decreto, assinado nesta sexta-feira (4), que autoriza importação de energia da hidrelétrica de Guri, na Venezuela, a partir da interligação elétrica com os países da América do Sul. A importação foi interrompida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019.
“Esse será o primeiro passo para a integração de energia da América do Sul. Já temos Argentina, Uruguai e agora Venezuela. É importante para quando tivermos momentos como passamos há dois anos, de muito aperto energético, como estivemos, à beira de um colapso de energia, a energia de Guri poderá ser interligada a todo o Brasil”, disse Silveira à GloboNews mais cedo.
“Por uma questão política, na minha opinião, completamente distorcida do interesse público, se deixou de comprar essa energia de Guri e passou a comprar energia de três térmicas, duas a gás e uma a óleo diesel, colocando mais de 40 caminhões por dia na BR do Estado. Um óleo diesel que é pago por todo consumidor brasileiro”, disse o ministro.
Até 2019, a importação já está feita por Roraima, o único estado que não está integrado ao Sistema Interligado Nacional, apesar de já realizar a importação por meio de linhas de transmissão elétrica. Com a ordem de serviço para início das obras do Linhão de Tucuruí, Roraima será conectada ao sistema.
Conforme o texto do decreto, a aquisição de energia elétrica deve seguir um processo que envolve a aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), após receber manifestação do Operador Nacional do Sistema Elétrico e a deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que avaliará tanto o preço quanto a quantidade a ser importada. 1
Edição: Rodrigo Durão Coelho