Primeira-dama de Anápolis é suspeita de abuso de poder econômico e deputado federal é suspeito de omitir bens na declaração ao TSE
Dois deputados, um federal e uma estadual estão na mira da Justiça Eleitoral. Primeira-dama de Anápolis e eleita deputada estadual nas eleições de 2002, Vivian Naves (PP_), esposa do prefeito Roberto Naves (PP) é acusada de abuso de poder econômico, sob suspeita de distribuição de cestas de alimentos no período das eleições.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL), também sofre acusação de omissão na declaração de bens apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde não teria apresentado todo o seu patrimônio, conforme exige a Lei Eleitoral.
Anápolis
De acordo com matéria do site Portal 6, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) encaminhou uma carta de ordem cível ordenando o cartório da 144ª zona eleitoral de Anápolis a marcar para 28 de agosto de 2023, às 14h30, no Fórum Eleitoral de Anápolis, a oitiva de testemunhas da Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pode levar à cassação do mandato de Vivian Naves.
Conforme despacho serão ouvidas a própria deputada estadual, o marido e prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), além de representantes do partido progressista e dos órgãos competentes de averiguação. Esse é mais um desdobramento do pedido de cassação feito pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que diz que há evidências e/ou provas de entrega de cestas básicas e coação de servidores públicos da Prefeitura de Anápolis para que eles trabalhassem na campanha dela ao cargo.
De acordo com a matéria do Portal 6, o MPE também pede a inegibilidade de Roberto Naves por oito anos, por suposta utilização da máquina pública em favor da busca pelos votos durante a campanha da esposa.
Vivian já conseguiu duas decisões favoráveis – uma feita pelo primeiro suplente de deputado estadual do PP, Magrão da Rádio Clube, de Rio Verde. A outra diz respeito ao pedido do MPE para que o depoimento de Maxlânio Siqueira, ocorrido na sede da Promotoria Eleitoral de Anápolis, pudesse ser usado no caso.
Gayer
Matéria do Diário de Goiás, escrita pela jornalista Cristina Soares, o deputado federal Gustavo Gayer (PL) omitiu bens em sua declaração à Justiça Eleitoral nas eleições de 2022. As informações são do site UOL. De acordo com a matéria divulgada pelo Uol, a plataforma Divulgacandcontas, responsável por disponibilizar publicamente as declarações de bens de candidatos, apresentou o até então empresário e candidato a deputado Gustavo Gayer como dono apenas de um automóvel modelo 2012 no valor de R$ 33 mil e quotas no curso Gayer & Gayer Idiomas Ltda, com capital social de R$ 10 mil. No entanto, documentos revelam um patrimônio muito maior.
Em seu perfil do Instagram, Gustavo Gayer oferece um link intitulado “Seja meu aluno”, que leva os usuários a um formulário para receber sua lista de transmissão. Os termos de privacidade desse formulário apontam a empresa “Academia Gayer Ltda.” como responsável titular do site.
A empresa foi registrada em Goiânia, reduto eleitoral do deputado, e compartilha o mesmo endereço e CEP do seu escritório de apoio, uma casa localizada em uma área nobre da cidade que, de acordo com registros do Google Street View, era anteriormente utilizada para seu curso de idiomas. O registro na junta comercial foi feito em julho de 2022, pouco mais de um mês antes do encerramento do prazo para o cadastro de candidatos nas eleições.
A empresa em questão tem dois sócios: Gustavo Gayer e Raphael Reis de Almeida, e seu capital social é de R$ 100 mil, mais do que o dobro do valor declarado pelo deputado quando registrou sua candidatura. Além disso, o contato registrado é um endereço de e-mail atribuído de “Gustavo”.
Outra empresa que chama a atenção é a “Gayer Comunicação Ltda.”, com registro datado de março de 2021. Nesse caso, Gayer consta como único sócio, e sua atividade são descrita como “estúdios cinematográficos”, com um capital social de R$ 10 mil.
O gabinete do deputado Gustavo Gayer, foi questionado sobre os motivos da omissão das duas empresas em sua declaração de bens para as eleições de 2022 ao TSE. Até o momento, não houve uma resposta. Essas revelações lançam luz sobre possíveis inconsistências na declaração de patrimônio do parlamentar durante sua campanha eleitoral, levantando questões sobre a transparência e integridade do processo democrático.