Uma informação fornecida por um funcionário do WhatsApp revelou que a empresa israelense de espionagem digital Paragon Solutions vigiou usuários do aplicativo de conversa. A informação foi confirmada pela Meta ao jornal britânico The Guardian.
Nesta sexta-feira (31/1), o empregado do aplicativo detectou um hackeamento, interrompido em dezembro, de cerca de 90 usuários, incluindo jornalistas e membros da sociedade civil. Segundo o depoimento, a invasão utilizou do método ‘zero-click’, no qual nenhuma interação de clique é necessária para comprometer os alvos.
A Meta teria barrado a operação e mandado uma carta para a empresa de software espião parar com a ação. Embora o funcionário não tenha revelado como foi determinado que a Paragon era responsável pelo ataque, ele afirmou que os alvos da espionagem estavam localizados em mais de 24 países, incluindo várias pessoas na Europa.
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De acordo com o delator, o WhatsApp está encaminhando os alvos para o grupo canadense de vigilância da internet Citizen Lab. Em comunicado, o WhatsApp disse que a empresa "continuará a proteger a capacidade das pessoas de se comunicarem de forma privada" e que a Meta notificará todos os usuários afetados.
Com sede nos Estados Unidos, a empresa israelense Paragon teria utilizado o aplicativo Graphite para espionar os usuários do WhatsApp. Uma vez no dispositivo, o spyware consegue acesso total aos dados do proprietário, incluindo mensagens de aplicativos criptografados. A empresa não se pronunciou sobre o acontecido.
A proposta da Paragon é vender o software de vigilância para clientes do governo e apresentar o serviço como essencial para combater crimes e proteger a segurança nacional. No entanto, tais ferramentas já foram utilizadas fora do contexto proposto.