A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ganhou um presente do presidente da Argentina, Javier Milei, durante sua visita a Buenos Aires —um boneco do líder ultraliberal carregando uma motosserra, símbolo que ele adotou para representar os cortes que vem promovendo nos gastos públicos.
A foto do momento em que Meloni recebeu o presente foi publicada nas redes sociais do Liberdade Avança, o partido governista, ao lado de um trecho do discurso que Milei proferiu ao lado da líder italiana de ultradireita.
“Diante da doença da alma, que é o vírus woke, nós pedimos para restaurar o sentido comum e voltar aos valores que a grande maioria dos cidadãos do mundo ocidental compartilha”, afirmou o argentino, mencionando o termo que tem sido usado para designar discursos focados em questões de identidade.
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Os líderes, que têm opiniões semelhantes em temas como migração e gênero, reuniram-se na quarta-feira (20) em Buenos Aires, logo após participarem da cúpula do G20 desta semana no Rio de Janeiro.
“Temos a oportunidade histórica de estreitar ainda mais nossos laços para construir uma relação especial entre nossas nações”, destacou Meloni, ao informar que concordou com Milei em “elaborar em conjunto um plano de ação Itália-Argentina 2025-2030″ que identifique áreas de colaboração.
Milei, por sua vez, voltou a pedir a formação de uma “aliança de nações livres” que inclua a Itália e a Argentina — na semana passada, em seu discurso na cúpula conservadora CPAC, na Flórida, ele já havia proposto a criação do grupo, citando Estados Unidos e Israel.
“Hoje o Ocidente está sob um manto de trevas e exige que aqueles de nós que defendemos a liberdade, embora ainda sejamos poucos, tragamos luz e mostremos o caminho”, afirmou agora. Em sua declaração, Meloni não fez menções à ideia.
“Ambos fomos eleitos para liderar os destinos de nossos países, para abordar com coragem, verdade e sem rodeios o problema central de cada uma de nossas nações”, continuou o argentino. “No meu caso, acabar com a inflação galopante e a miséria profunda que décadas de coletivismo deixaram na Argentina. No caso da primeira-ministra Meloni, dar uma resposta contundente ao problema da imigração descontrolada e suas consequências para a segurança cidadã.”
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