O governo de Vladimir Putin acusou, ontem, Washington de inflamar o conflito no leste europeu após a autorização dada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, para que a Ucrânia use mísseis americanos de longo alcance contra os russos. “O uso de mísseis de longo alcance por Kiev para atacar nosso território significaria a implicação direta dos Estados Unidos e de seus aliados nas hostilidades contra a Rússia, e uma mudança radical na essência e natureza do conflito”, declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova. “A resposta da Rússia, nesse caso, será adequada e se fará sentir”, alertou, em comunicado.
O alerta do Kremlin sobre uma uma nova escalada na guerra coincidiu com o anúncio da Ucrânia de um novo ataque russo na cidade portuária de Odessa, no Mar Negro, no fim de semana. Dez pessoas morreram após o bombardeio em larga escala contra a infraestrutura de energia do país.
Em uma mudança de estratégia, a poucas semanas da volta de Donald Trump à Casa Branca, uma fonte de alto escalão do governo americano falou no domingo, sob condição de anonimato, sobre a autorização dada por Washington. O presidente eleito é um crítico ferrenho da ajuda norte-americana à Ucrânia. Ele já prometeu dar um fim à guerra ainda em 2025. No Rio de Janeiro, onde participa da cúpula do G20, Biden pediu aos líderes das maiores economias do mundo que apoiem “firmemente a soberania” ucraniana.
Os jornais The New York Times e The Washington Post informaram que a medida foi adotada como resposta ao envio de tropas da Coreia do Norte para ajudar Moscou. Segundo Kiev, quase 11 mil soldados norte-coreanos estão na Rússia e começaram a combater na província de Kursk, parcialmente controlada pelas tropas ucranianas.
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