Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial da Presidência, fez declarações contundentes sobre a situação eleitoral na Venezuela em entrevista à RedeTV nesta quinta-feira (1). Amorim criticou a demora do Comitê Nacional Eleitoral (CNE) em publicar dados detalhados das eleições presidenciais, ressaltando a necessidade de transparência do governo venezuelano.
“Nós estamos decepcionados com a demora do Comitê Nacional Eleitoral em publicar os dados. Eu acho que indiscutivelmente o Centro Carter não é manipulado e já demonstrou isso”, afirmou Amorim. Ele destacou que, dado o histórico político do país, o governo de Nicolás Maduro carrega o ônus de provar a legitimidade de sua vitória.
As críticas de Amorim vêm após o Centro Carter ter declarado que as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela não atenderam aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não podem ser consideradas democráticas. A organização não conseguiu verificar ou corroborar os resultados anunciados pelo CNE, uma falha considerada uma violação grave dos princípios eleitorais.
“O problema é que, em função de tudo que já aconteceu, em qualquer país, o ônus da prova está em quem acusa. No caso da Venezuela, o ônus está em quem é acusado. É objeto de suspeição, em função de tudo que já aconteceu, de todo quadro político. Há uma expectativa de que o governo venezuelano possa provar a votação que ele alega ter feito. A dúvida é se a contagem corresponde às atas. Eu perguntei isso ao presidente Maduro e ele disse que era uma questão de dois ou três dias”, explicou.
As declarações de Celso Amorim reforçam a pressão sobre o governo de Maduro para apresentar as atas eleitorais, documentos detalhados que mostram o número de votos e os resultados em cada urna. Esse pedido já havia sido feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que considerou a apresentação das atas essencial para resolver o impasse político na Venezuela.
Com informações do Brasil247