Em 5 de outubro de 1860, o jornal The New York Times noticiava a execução de um norte-americano em Honduras. “Ele marchou de sua cela até o local da execução com passo firme e semblante inabalável…três soldados avançaram e dispararam os mosquetes…espalhando seu cérebro e crânio ao vento”.
O trecho chocante narra o fim da vida de William Walker, milionário que invadiu países da América Latina com um exército privado a fim de estabelecer colônias sob seu controle pessoal.
Em vida, Walker conseguiu tomar o poder por quase dois anos na Nicarágua, onde sob seu regime, instituiu o inglês como língua oficial, mudou a bandeira nacional e revogou a libertação dos escravizados no país.
Derrubado da presidência, voltou aos EUA com status de herói, mas optou por retornar a Honduras para reviver seus planos. Por lá, acabou capturado, julgado e condenado à morte.
Walker, contudo, deixou um legado para o continente: especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que suas invasões ajudariam a forjar uma identidade latino-americana e um senso de orgulho aos locais.