Rahma e Ghofrane Chikhaoui parecem muito jovens nas fotos exibidas no documentário As 4 Filhas de Olfa. Tudo o que se vê são seus rostos adolescentes, envoltos em hijabs pretos.
As jovens tunisianas tinham, respectivamente, cerca de 15 e 16 anos de idade quando se envolveram com o grupo autodenominado Estado Islâmico (EI), classificado como grupo terrorista pelo governo britânico, entre outros países.
A diretora do documentário, Kaouther Ben Hania, conta ao espectador que o destino delas era "serem devoradas pelo lobo" – uma referência ao conto de Chapeuzinho Vermelho.
As 4 Filhas de Olfa valeu para a tunisiana Ben Hania sua segunda indicação para o Oscar, desta vez na categoria de melhor documentário.
A primeira indicação foi na categoria de melhor filme internacional, pelo drama O Homem que Vendeu Sua Pele, disponível no Brasil no Telecine. O filme, de 2021, conta a história de um refugiado sírio que permite que um artista faça uma tatuagem nas suas costas e, assim, se transforma em uma espécie de mercadoria. E, como mercadorias circulam mais facilmente do que pessoas, em troca ele pode receber um visto para entrada na Europa.