O estado do Texas pretende executar nesta quarta-feira (28/2) um homem de 50 anos condenado por dois homicídios, que insiste em sua inocência, um caso que chamou a atenção da Igreja Católica e de celebridades como Kim Kardashian, Martin Sheen e Jane Fonda.
Iván Cantú, condenado pelos assassinatos no ano 2000 de seu primo James Mosqueda e da noiva deste, Amy Kitchen, é um dos dois detentos que tem a execução prevista para esta quarta-feira, com uso de injeção letal, nos Estados Unidos.
O outro, o 'serial killer' Thomas Creech, 73 anos, será executado em Idaho depois de passar quase 50 anos no corredor da morte. Ele matou outro detento quando cumpria a pena de prisão perpétua.
Cantú foi condenado em 2001. Sua namorada na época, Amy Boettcher, que já faleceu, prestou depoimento no tribunal e disse que ele admitiu a culpa e a levou até a casa de Mosqueda para mostrar os corpos e buscar drogas. O irmão de Boettcher também o acusou, mas depois se retratou.
Entre as evidências apresentadas no julgamento estava uma calça jeans com sangue das vítimas, que foi encontrada na lata de lixo da cozinha de Cantú. Os advogados de defesa afirmam que Amy Boettcher mentiu e que outra pessoa colocou a peça de roupa, que não eram de Cantú, no local.
Até o presidente do júri que o condenou pediu que o adiamento da execução para uma investigação mais aprofundada.
Cantú atribuiu os assassinatos a um traficante de drogas a quem seu primo devia dinheiro. A Conferência dos Bispos Católicos do Texas pediu o adiamento da execução devido a "sérias incertezas" no caso.
A atriz Jane Fonda compartilhou nas redes sociais um vídeo do ator Martin Sheen, um opositor da pena de morte, com um apelo para que as pessoas assinem uma petição no site Moveon.org para pedir ao governador do Texas, Greg Abbott, que suspenda a execução de Cantú. A campanha já recebeu 150.000 assinaturas.
A estrela dos reality shows Kim Kardashian pediu ao governo do estado que conceda uma prorrogação "para dar tempo de avaliação às novas evidências" e para que um "homem não seja executado injustamente".