"Meu filho não é membro de gangue e o prenderam injustamente, devido ao regime de exceção", diz José Santana Guzmán, um homem forte de 61 anos, prestes a chorar.
Ele fala à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, junto com María Hernández e Wendy Rivas, mãe e companheira, respectivamente, de Fredy Orlando Guzmán — uma das 76.757 pessoas presas pelo Estado salvadorenho até 27 de janeiro, desde que o presidente Nayib Bukele estabeleceu, em março de 2022, o regime de exceção.
A polêmica medida acumula inúmeras denúncias de violações de direitos humanos, detenções arbitrárias, violações do devido processo legal e tortura e morte de centenas de presos. No entanto, é também a mais popular das ações do atual governo em sua "guerra às gangues" e pela qual Bukele é o grande favorito nas eleições de domingo (4/2).
"Esse desgraça aconteceu conosco, mas a verdade é que o país está melhor do que nunca", diz José, "e toda a minha família vai votar em Bukele".
As pesquisas feitas nas semanas anteriores às eleições garantem ao partido no poder uma vitória esmagadora.