No domingo (3/12), milhões de venezuelanos deverão ir às urnas do país para se manifestar em um referendo sobre a região conhecida como Essequibo, na divisa entre a Venezuela e a República da Guiana, uma área conhecida por suas riquezas em ouro, diamantes e petróleo.
O referendo convocado pelo regime de Nicolás Maduro tem cinco perguntas, mas o cerne é sobre se a população apoia ou não a criação de um Estado venezuelano dentro da região conhecida como Essequibo, uma área de pouco mais de 159 mil quilômetros quadrados (maior que o Estado do Ceará) que é alvo de uma disputa territorial com mais de 100 anos e que é hoje administrado pela Guiana.
A preocupação com o resultado do referendo se dá por conta das suas possíveis consequências práticas. A criação do Estado venezuelano poderia implicar na perda, pela Guiana, de pouco mais de 70% do seu território.
Na sexta-feira (30/11), a Corte Internacional de Justiça expediu uma decisão sobre um pedido feito pela Guiana que solicitava que a corte impedisse a realização do referendo. A corte não se manifestou sobre a suposta ilegalidade do referendo, mas disse, em sentença, que a Venezuela não poderia tomar nenhuma medida que "modificaria a situação que atualmente prevalece no território em disputa".
Analistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que o resultado deverá ser favorável à criação do novo Estado venezuelano em terras hoje sob administração da Guiana e a principal dúvida é: até onde o regime de Maduro estaria disposto a colocar o plano em prática?