A vida de Deadria Farmer-Paellmann mudou, nos anos 1990, quando ela se viu em um antigo cemitério de africanos escravizados, aos pés do centro financeiro de Wall Street, em Nova York.
A descoberta arqueológica representa até hoje o maior cemitério de pessoas escravizadas da era colonial dos Estados Unidos.
No total, foram achados ali restos mortais de 419 pessoas: homens, mulheres e crianças de origem africana, enterrados individualmente em caixões de madeira.
Cerca de 20 mil africanos escravizados foram enterrados nesta região de Manhattan, segundo estimativas históricas e antropológicas.
Natural do Brooklyn, também em Nova York, e descendente de escravizados, Farmer-Paellmann diz que o contraste entre as ossadas de seus possíveis ancestrais e a opulência do mercado financeiro que se ergueu em torno despertaram nela a consciência de que as duas coisas estavam intimamente conectadas.