A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) promoveu, nesta sexta-feira (17), o Seminário Estratégias de Cuidados Cardiometabólicos na Atenção Primária do Distrito Federal. Esta foi a etapa inicial de discussão do projeto Cors-D (sigla em inglês para Estratégias de Cuidados Cardiometabólicos), desenvolvido em parceria à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde. O objetivo é aprofundar a assistência no nível primário de saúde, voltado tanto à intervenção precoce quanto ao acompanhamento do quadro do paciente.
Entre as doenças cardiometabólicas estão a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, a fibrilação arterial, o diabetes e a obesidade. Elas são as principais causas de mortalidade em todo o mundo. Dieta inadequada, tabagismo, estilo de vida sedentário e alto consumo de álcool são fatores que aumentam os riscos.
O secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi, que representou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, no evento, destacou que a compreensão sobre os riscos contribui significativamente para a criação de estratégias clínicas e comunitárias. “Além da conjuntura pós-pandemia em relação às doenças cardiometabólicas, sabemos que não existe fórmula para resolver o problema rapidamente. Isso vai depender de ações conjuntas que melhorem o cuidado com o paciente, que precisa ser visto de forma integral”, disse. “A essência de tudo é o olhar humanitário. Esse é o principal ponto para nos apoiarmos e evoluir”, complementou.
Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), desde o começo deste ano, mais de 354 mil pessoas morreram por doenças cardiovasculares. O alerta, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças cardiovasculares podem reduzir o índice.
Coordenador substituto de Atenção Primária (APS) da SES-DF, Sandro Rodrigues ressaltou que quanto maior a cobertura na APS e na Saúde da Família, menor as chances de acidente vascular cerebral (AVC) e de doenças cardiológicas, assim como de internações e mortes por essas doenças. “A proposta do Cors-DF é fazer essa intervenção na APS. Estamos desenvolvendo um programa que aprimore o cuidado e a concepção de que as pessoas podem ter vários problemas cardiometabólicos ao mesmo tempo”, anunciou.
O programa mencionado por Rodrigues contará com cadastro dos pacientes, estratificação de riscos, adequação de prescrição clínica, exames e consultas necessárias – tudo isso baseado em um protocolo de autocuidado e abordagem familiar. A medida é fundamentada na iniciativa global Hearts, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que pretende, até 2025, ser o modelo institucionalizado de gestão de riscos cardiovasculares, com ênfase especial no controle da hipertensão arterial. No caso do DF, contudo, o programa será voltado ainda a outras duas doenças: insuficiência cardíaca e fibrilação arterial.
Seminário
A discussão inicial sobre o projeto Cors-DF teve como público-alvo os profissionais da Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde (Gerência de Áreas Programáticas, Gerência de Acesso e Qualidade, Gerência de Planejamento, Monitoramento e Avaliação); da Gerências de Serviços de Atenção Primária; e de referências técnicas distritais de Medicina de Família e Comunidade, de Cardiologia, Assessoria da Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde, da Assessoria de Redes de Atenção à Saúde, da Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde.
Além de Agrizzi, compuseram a mesa do seminário Gabriela Cardoso da Coordenação da Atenção Secundária e Integração de Serviços do GDF; Elisa Prieto, coordenadora da Unidade Técnica de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas/OMS; e Antonio Ribas, consultor da Opas.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal