O fato de o candidato Sergio Massa ter saído em primeiro lugar nas eleições presidenciais de domingo (22/10) na Argentina, à frente do economista libertário Javier Milei – com quem disputará segundo turno em 19 de novembro – causou enorme surpresa.
Afinal, Massa é ministro da Economia de um país que tem uma inflação anual de 138%, um dos piores índices do mundo.
Mas, além disso, este advogado de 51 anos vai ao segundo turno como o mais votado — teve mais de 36% contra os 30% de Milei — graças ao apoio do Kirchnerismo, força que, no passado, ele enfrentou e ajudou a remover do poder em 2015.
Precisamente, a chave do sucesso de Massa, segundo analistas, é que ele conseguiu unificar o voto do peronismo, a força criada há quase oito décadas por Juan Domingo Perón, que dominou a vida política argentina nas últimas décadas.
"O voto peronista é um voto sólido. Embora esteja abaixo do seu piso histórico – nunca se saiu tão mal como nestas eleições –, de qualquer forma é um piso que resiste", diz o sociólogo e cientista político Marcos Novaro, diretor do Centro de Pesquisas Políticas (Cipol), à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.