Os astrônomos esperavam detectar um planeta similar a Vênus, com uma densa atmosfera, mas o que o Telescópio Espacial James Webb revelou foi um mundo mais frio e sem ar, num achado que reduz as chances de encontrarmos mundos habitáveis em torno das estrelas anãs vermelhas –astros menores, mais frios e mais comuns que o Sol.
As notícias vêm do sistema Trappist-1, lar de sete planetas de tamanho comparável ao da Terra, com três deles na chamada zona habitável, faixa onde um mundo ali localizado com uma atmosfera similar à terrestre seria capaz de preservar água em estado líquido na superfície.
Em março, pesquisadores liderados por Thomas Greene, do Centro Ames de Pesquisa da Nasa, anunciaram resultados do Webb para o mais interno deles, Trappist-1 b. A detecção de infravermelho vinda do planeta indicava uma temperatura de mais de 230 graus Celsius no lado diurno e a ausência de atmosfera.
Agora, Sebastian Zieba, do Instituto Max Planck para Astronomia, na Alemanha, e seus colegas trazem na revista Nature observações similares referentes ao segundo planeta do sistema, Trappist-1 c.
Mais uma vez, foi medida a emissão térmica do lado diurno do planeta, comparando o brilho em infravermelho de quando ele passava por trás de sua estrela-mãe (o chamado eclipse secundário) e de imediatamente antes e depois disso. Subtraindo uma observação da outra, é possível ficar só com a radiação vinda dele e estimar sua temperatura –no caso, pouco mais de 100 graus Celsius.