O governo chinês conseguiu instituir a prática da cremação nos grandes centros urbanos, mas os enterros continuam a ser utilizados na zona rural, onde vive mais da metade da população do país. Isso possibilita que muitos casamentos aconteçam anos depois que os noivos já morreram. Quando é assim, os corpos são exumados para a realização da cerimônia, num ritual digno de zumbis: vestem a noiva e o noivo, faz-se a festa e voltam a enterrar os dois juntinhos.
Além de bizarra, a prática vem aumentando a ocorrência de tráfico de corpos na China. Como é muito difícil achar uma noiva morta e pagar por ela, é frequente a ocorrência de assassinatos de adolescentes e prostitutas com o intuito de comercialização do cadáver.
Difícil também é a vida das viúvas casadas pela segunda vez: qual marido ficará com seu corpo?
A família do primeiro marido quase sempre exige que a família do segundo assine um documento prometendo que o corpo da mulher voltará para ser enterrado com ele. Os acordos nem sempre são cumpridos, o que cria ainda mais conflitos para os adeptos da tradição.
*Com informações do Estadão