A Federação Única Petroleiros (FUP) acionou nesta terça-feira (7) o Ministério Público Federal (MPF) para investigar eventual relação entre as joias das quais os ex-presidente Jair Bolsonaro teria tentado se apropriar de forma ilegal e a privatização da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Avaliadas em R$ 16,5 milhões, as joias seriam suposto presente da Arábia Saudita à então primeira-dama Michelle Bolsonaro – mas que muitos observadores estão tratando como possível propina.
A Petrobras concluiu a venda da Rlam em 30 de novembro de 2021 para a Mubadala Capital, controlada pelo fundo soberano de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. A refinaria custou US$ 1,8 bilhão, metade do seu valor de mercado, segundo a FUP, e a venda ocorreu sem licitação.
Posteriormente, um mês depois da venda da refinaria, Bolsonaro viajou ao Oriente Médio, com primeira parada justamente em Abu Dhabi, e em “ato falho”, afirmou no último sábado (5) que as joias “foram acertadas” nos Emirados Árabes, e não em território saudita. “Eu estava no Brasil quando esse presente foi acertado lá nos Emirados Árabes para o ministro das Minas e Energia. O assessor dele trouxe, em um avião de carreira, e ficou na Alfândega”, disse o ex-presidente, após evento político em Washington.
A Receita Federal apreendeu as joias – um par de brincos de diamantes, um colar e um anel – em 26 de outubro. Isso porque o governo anterior não apresentou pedido para incorporá-las ao patrimônio público.
Fumaça