Blindados são produzidos em Minas Gerais em consórcio com a italiana Iveco
Um dos resultados da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Buenos Aires, ontem, foi de destravar a venda de 156 blindados brasileiros da Iveco, que tem planta em Sete Lagoas (MG), para o governo argentino.
Os veículos “Guarani 6×6” são fabricados no Brasil, mas têm em sua composição peças da Iveco argentina, que fica na cidade de Córdoba. O acordo, que prevê a transferência de tecnologia, ficou parado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que rompeu relações com o governo argentino.
Além da incorporação de veículos blindados, a carta de intenções incluiu a transferência de tecnologia, para o aumento progressivo da fabricação de peças na Argentina, apoio logístico e treinamento de tripulações e pessoal técnico do Exército Argentino. A Iveco no Brasil é vencedora de uma concorrência para a venda de 98 blindados para o Exército Brasileiro.
Fruto da parceria entre a Iveco e o Exército Brasileiro, o VBTP-MR Guarani, um blindado anfíbio com capacidade para até 11 tripulantes, é o primeiro modelo projetado e fabricado na unidade da Iveco Veículos de Defesa no Brasil – a única fora da Europa.
Com tecnologia de ponta, a fábrica está localizada no Complexo Industrial de Sete Lagoas, em um espaço de 30 mil metros quadrados – 18 mil de área construída. O desenvolvimento do Guarani leva em conta aquilo que é mais importante para a Iveco na concepção dos seus veículos de defesa: a proteção da vida dos ocupantes em qualquer tipo de situação.
Operando em capacidade máxima, a fábrica poderá entregar até 200 unidades do blindado por ano. No futuro, a unidade poderá fabricar novos modelos da gama da Iveco que já são campeões de venda na Europa, como o jipe multifuncional LMV, com mais de 4.000 unidades comercializadas a países como Itália, Reino Unido, Espanha, Bélgica e Áustria.
Durante a visita de Lula, o governo argentino anunciou que licitará nos próximos 90 dias a construção do segundo trecho do gasoduto de Vaca Muerta, que chegará à província de Santa Fé, e possibilitará a exportação de gás para o vizinho Brasil. A informação é do ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa.
A Argentina já está construindo a primeira etapa do gasoduto, que ligará a segunda maior reserva de gás não convencional do mundo, Vaca Muerta, na província de Neuquén, com Buenos Aires. O objetivo é estendê-lo à província de Santa Fé. O campo de Vaca Muerta está entre os maiores campos gasíferos do mundo, e poderia aliviar a dependência brasileira do gás da Bolívia.
“Eu tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto, nos fertilizantes que a Argentina tem, no conhecimento científico e tecnológico da Argentina. E se há interesse dos empresários e do governo e nós temos um Banco de Desenvolvimento para isso, nós vamos criar as condições para fazer o financiamento que a gente puder fazer para ajudar no gasoduto argentino”, disse Lula.
Com agências
