Alexander Venediktov, secretário adjunto do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, alertou ontem que uma eventual adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é o caminho para um conflito que arrastará o mundo inteiro. "Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial", afirmou à agência de notícias russa Tass. Ele acusou o Ocidente de ser "parte direta no conflito". As declarações de Venediktov colocam mais tensão ante reiteradas ameaças de autoridades do Krtenlin sobre o uso de armas nucleares táticas e coincidem com um momento delicado das forças de Moscou no país.
No front, a Rússia anunciou que ajudará a organizar a retirada dos moradores da província ucraniana de Kherson, que anexou no mês passado, em um novo sinal de que a contraofensiva ucraniana segue avançando. O anúncio ocorre um dia depois que a Ucrânia reivindicou ter recuperado cinco localidades dessa região, no sul do país. "O governo decidiu organizar uma ajuda para a remoção dos habitantes para outras partes do país", declarou o vice-primeiro-ministro russo, Marat Khusnullin, à TV russa.
ATAQUE NUCLEAR
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, enviou uma forte mensagem ao Kremlin depois de ameaças veladas do presidente russo, Vladimir Putin, de recorrer a armamentos nucleares na Ucrânia. "Qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia vai gerar uma resposta; não será uma resposta nuclear, mas será tão forte do ponto de vista militar que o Exército russo ficará aniquilado", advertiu. Para Borrell, Putin "garante que não está mentindo. E não pode se dar ao luxo de blefar agora". Mas "aqueles que apoiam a Ucrânia também não estão blefando", apontou.