Há uma escriba na família de Caio Bonfim. Em tempos de áudios e vídeos encaminhados e compartilhados nas redes sociais, a prima do medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Alessandra Célia Bonfim Coutinho, escolheu confeccionar um textão, mesmo, para expressar o sentimento dela pela conquista do membro mais famoso da família.
A homenagem começou a sair da mente de Alessandra para o papel durante a prova. Em meio às comemorações, um filme começou a passar pela memória dela e virou texto. "Foi um negócio louco. Comecei a lembrar do trabalho do meu tio, um desbravador. Ele buscava crianças em casa, colocava no carro dele para treinar e devolvia. Ia todo mundo espremido, fedendo suor (risos). Aquilo tudo começou a vir na minha cabeça e coloquei no papel. Como escrevi, a prata do Caio é a ponta de um iceberg que estava escondido. A seguir, o Correio compartilha a carta da remetente Alessandra ao destinatário: um primo de ouro.
Ahh! Que legal você passar por aqui! Caio, Caio, Caio... Deixa eu te contar?! Você tem que saber! Você proporcionou uma experiência para lá de diferente. Diferente porque fez chorar quando queríamos mesmo era dar muita gargalhada.
Diferente porque fez enxergar um iceberg imenso, quase inteiro, mergulhado em trabalho, persistência e maturidade, quando normalmente só se vê a ponta, no caso, prateada. Diferente porque fez perceber a justiça divina na história toda: o Caio tinha que ser o presente para os pais. A justiça está em dizer "... e vice-versa".
Diferente porque você fez um montão de gente nos parabenizar: colegas de trabalho, amigos, vizinhos, sobradinhenses, brasileiros. Sentimos na pele que a sua conquista individual extrapolou a família, o ambiente de trabalho, a vizinhança, a cidade, um país inteiro. Ficamos famosos também! Somos todos Caio.
Diferente porque você, por ser você, tão longe e tão próximo, fez a gente entender que família não está perto, está dentro, no sangue, chega ao coração e, dali, alcança o corpo inteiro. E que venha a próxima batida. Com o coração a mil, sentávamos, levantávamos, queríamos invadir a tela e te abraçar de tanta felicidade naquele dia, digo madrugada, primeiro de agosto!