Olhando para o futuro, a ciclista goiana Raiza Goulão já está de olho nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028. Natural de Pirenópolis, a atleta de mountain bike ficou em 28ª lugar no cross-country das Olimpíadas de Paris. Visando os próximos desafios, a desportista já retomou os treinos e preparação para as competições seguintes.
“Já tenho grandes objetivos para 2025, 2026, 2027 e 2028”, conta a ciclista, em entrevista ao Jornal Opção, após retorno de viagem. “Somos feitos de metas e sonhos. Quero realizar um bom trabalho com dedicação e mais leveza, algo diferente, para poder peformar bem melhor nas Olimpíadas de Los Angeles em 2028”, projetou.
Com duas participações em Jogos Olímpicos, Rio de Janeiro em 2016 e Paris em 2024, Goulão não competiram em Tóquio em 2021, por conta de problemas físicos. Na competição realizada no Brasil, ela teve a sua melhor marca: 20º lugar no cross-country.
Já em Paris, a atleta classificou a situação como “sentimentos misturados”. Ela considerou a preparação mais “desafiadora”, mas ficou satisfeita com as adaptações e ajustes para garantir a vaga olímpica e competir na França, mesmo com problemas de saúde. Entretanto, uma queda logo no começo do percurso atrapalhou o desempenho.
“Uma queda logo do início me fez perder uns 15 segundos, além da conexão com o grupo, querendo ou não, isso custa algumas posições. Mas, eu entreguei tudo o que eu tinha, lidei com a dor da forma que eu podia naquele momento. Confesso que depois da queda, eu senti sim, um incomodo na costela, mas precisamos nos reinventar e superar”, narra Goulão, a única representante goiana na delegação brasileira nos Jogos Olímpicos.
A ciclista também ressalta que o percurso na Colina de Elancourt, ponto mais alto da região de Paris, pesou com as dificuldades que ela enfrentava. Ela classifica o percurso realizado nos arredores da capital francesa como “físico e rápido”.
“Além da dor da pancada, eu estava tratando uma descompensação de equilíbrio no meu corpo, por isso, eu tinha muita dor na lombar. Era um percurso que exigia muito físico e rápido, por isso tive lidar com a dor do inicio ao fim. Só que estava com a mentalidade bem traçada na cabeça, eu tive a oportunidade conhecer o local no evento teste ano passado, já conseguia fechar o olho e visualizar por inteiro”, explica Goulão, a respeito do percurso realizado em uma altitude de 231 metros.
Apesar dos pesares, a pirenopolina destaca o aprendizado nas Olimpíadas de Paris, junto com o trabalho de preparação. Ela pontua que deixa a competição com mais “maturidade” e agradeceu o trabalho da equipe de esquadra e do comitê brasileiro. “Comparado ao Rio 2016, acredito que saio com mais maturidade, consegui vivenciar o momento, a Olimpíada em si, deixar os olhos brilhar e coração transbordar”, relata.
Novos desafios?
Medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023, a atleta já foi ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2022 e no Campeonato Pan-Americano de 2018. Todas as conquistas no cross-country, mas não descarta no futuro tentar novas áreas do ciclismo, como a modalidade de estrada, uma das mais conhecidas do esporte.
“Claro, eu tenho muita vontade de praticar outras modalidades dentro do ciclismo, mas ainda não tive a oportunidade devido à estrutura para isso. No momento, não tem claro o que poderia fazer, se poderia participar de uma prova de estrada, por exemplo. Mas, se eu tenho vontade? Sim, tenho”, responde Goulão, a respeito da possiblidade de explorar outras áreas do ciclismo.
Lembrando que o medalhista de ouro do cross-coutry masculino foi o britânico Tom Pidcock, que é bicampeão olímpico. Além do mountain bike, ele também participou da competição de estrada e ficou em décimo terceiro. Em julho, o ciclista também participou do Tour de France, a maior competição de ciclismo de estrada do mundo.
Dificuldades
Apesar de ressaltar que o mountain bike é um esporte que cresce no Brasil, tanto no masculino quanto no feminino, ainda há dificuldades. Entretanto, o cenário ainda não é fácil para a modalidade e goiana ressalta a importância dos investimentos. “Esse é o grande desafio, precisamos de mais investimentos, infelizmente é um esporte que exige muitos recursos e precisamos do apoio das marcas e do mercado de bicicletas”, afirma.
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