Dos 168.145 votos que Adriana teve no 1º turno, Mabel recebeu 163.240 no 2º turno
Marcus Vinícius de Faria Felipe
A história as vezes se repete com os mesmos personagens. Nas eleições de 1992, o Professor Darci Accorsi (PT) derrotou o deputado estadual Sandro Mabel (PMDB) no segundo turno nas eleições em Goiânia, tendo o apoio do então deputado federal Ronaldo Caiado (PFL) e de outros vultos políticos da direita goiana como os deputados Silvio Paschoal, Sandes Júnior e Vilmar Rocha, também do PFL, que subiram no palanque do PT de Darci para derrotarem o PMDB do governador Iris Rezende Machado e do prefeito Nion Albernaz.
Neste segundo turno de 2024, foi a vez de Sandro Mabel (União Brasil), político de centro-direita, receber os votos dos eleitores progressistas do PT, PC do B, PV, PSB que no primeiro turno das eleições votaram em Adriana Accorsi (PT). E foram justamente, Adriana, filha do saudoso Darci Accorsi, o PT e as forças progressistas o fiel da balança neste pleito.
No primeiro turno, a coligação de Adriana Accorsi (PT-PSB, PC do B, PV, PMB) recebeu 168.145 votos(24,44%); Mabel teve 190.278 mil votos (27,66%) e Fred, 214.253 (31,14%). Na virada para o segundo turno, Mabel saltou para 353.518 votos (55,53%) e Fred avançou para 283.054 (44,47%).
Do primeiro para o segundo turno, Mabel ganhou 163.240 votos a mais, praticamente a mesma votação da deputada federal Adriana Accorsi (PT) recebeu no primeiro turno 168.145. É lícito dizer que sem os votos do PT e demais partidos de esquerda, Sandro Mabel não derrotaria Fred Rodrigues no segundo turno.
Caiado, que apoiou o candidato do PT em 1992, recebeu de volta aquele apoio, desta vez no interesse da direita e da esquerda goianas em derrotar o bolsonarismo e seus asseclas em Goiás.
Foi uma vitória da democracia. Venceram os eleitores e os partidos que acreditaram no processo democrático. Perderam o deputado cassado Fred “Fraud” Rodrigues, seu padrinho, o deputado federal Gustavo Gayer (PL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Fred, Gayer e Bolsonaro apostaram nas fake News e no discurso de ódio. O eleitor goianiense, majoritariamente, disse não a tudo que eles representam.