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Operação do GDF em ocupação indígena no Paranoá é paralisada

Ação fez a derrubada de um portão na entrada da comunidade e outras construções, além da residência de uma moradora

Publicada em 24/02/24 às 14:42h - 45 visualizações

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Operação do GDF em ocupação indígena no Paranoá é paralisada
 (Foto: Rádio Rir Brasil - Itapuranga-Goias : Direção: Ronaldo Castro - 62 9 9 6 0 8-5 6 9 5 )
Indígenas relatam que agentes derrubaram um local onde a comunidade fazia rituais, além da residência de uma parente - (crédito: Imagens cedidas ao Correio)
Foto de perfil do autor(a) Gabriella Braz
Gabriella Braz 
postado em 23/02/2024 20:33

Uma operação coordenada pelo DF Legal nesta sexta-feira (23/2) em uma ocupação indígena no Paranoá foi interrompida após intervenção do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A ação tinha finalidade de desocupar a área, pertencente à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), onde fica a aldeia indígena Ahain Aam na Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Paranoá Sul. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) não esteve presente. 

Após negociações, os representantes do ministério conseguiram orientação da Subsecretaria de Operações (SUOP) para interromper a derrubada. De acordo com o MPI, o DF Legal prometeu ainda que uma reunião deve ser agendada para falar sobre a questão. Em nota enviada ao Correio nesta sexta, o DF Legal informou que a operação era destinada a “desconstituir ocupação irregular instalada recentemente em uma área próxima ao balão do Paranoá em que parte dela pertence à Terracap e outra parte pertence ao DF após desapropriação”.

Segundo o MPI, os agentes não tinham ordem judicial para a retirada . “Não houve qualquer comunicação prévia do GDF, apenas um ofício via e-mail, na data desta quinta-feira (22/2), protocolado na Funai, sem qualquer contato e, em menos de 24 horas, estavam lá para a ação”, declarou.

Em resposta, o DF Legal alega que não é necessária a apresentação de ordem judicial, visto que se trata da ocupação de um terreno público iniciada após a pandemia. 

Até a interrupção, no entanto, parte da desocupação já havia sido feita. Indígenas relatam que agentes derrubaram um local onde a comunidade fazia rituais, além da residência de uma parente. Com auxílio de um trator, a equipe também derrubou o portão de entrada da aldeia.

Segundo um morador, além de ser um monumento simbólico, a derrubada do protão gera insegurança entre os moradores. “A gente passou mais de 30 dias apagando incêndio de grileiros que vinham aqui e tacavam fogo, de pessoas que jogavam muito lixo, agora estamos aqui em situação de vulnerabilidade”, relata Turymatã Pataxó.

Disputa territorial

O local da aldeia Ahain Aam é motivo de conflitos, isso porque o terreno atualmente pertence à Terracap. No entanto, indígenas alegam que chegaram ao território desde a década de 1970. Em 1984, a etnia foi expulsa do local, tendo voltado novamente a ocupar a Arie do Paranoá Sul há alguns anos.

Em setembro do ano passado, a comunidade da aldeia, formada por diferentes etnias, iniciou oficialmente um processo de retomada territorial e protocolaram um pedido de reivindicação de território.

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