A decisão do governo da China de suspender temporariamente a importação de soja de cinco empresas brasileiras impacta diretamente duas gigantes do setor com operações em Goiás: Cargill Agrícola SA e ADM do Brasil. Além das suas empresas com atuação em Goiás, a decisão atinge ainda: Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C. Vale. As exportações da soja de Goiás para a China geraram para a balança comercial do Estado R$ 3,89 bilhões em 2024.
A medida foi anunciada pela Administração-Geral de Aduanas da China, que identificou revestimentos de pesticidas e pragas quarentenárias em carregamentos inspecionados durante monitoramento de rotina. Não há informações se as plantas de Goiás foram atingidas pela decisão. A reportagem tentou contato com ambas as empresas, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
A notificação oficial foi enviada ao governo brasileiro, que, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), também determinou a suspensão do funcionamento das unidades envolvidas. Entretanto, as demais plantas industriais dessas empresas seguem operando normalmente e exportando para o mercado chinês.
O ministério ressaltou que a suspensão é pontual e não deve impactar significativamente o volume total de soja negociado pelo Brasil com a China, principal destino do grão brasileiro. O governo iniciou o processo de diálogo com as autoridades chinesas para esclarecer a situação e buscar a revogação da restrição temporária.
A decisão da China ocorre dentro de um contexto de rigoroso controle sanitário, mas é tratada com naturalidade pelo setor, uma vez que não conformidades podem surgir no processo de exportação. Para especialistas, medidas corretivas adotadas rapidamente garantem a credibilidade das empresas brasileiras e reforçam a confiança na parceria comercial entre os dois países.
Leia também:
Governo Trump pode tornar o comércio com a China ainda mais atrativo para Goiás