Em 2025, as escolas brasileiras começaram a aplicar novas regras sobre o uso de celulares, tablets e smartwatches. Em vigor a partir deste mês de janeiro, a Lei Federal nº 15.100/25 proíbe esses aparelhos durante as aulas, recreios e intervalos, a menos que sejam usados para atividades pedagógicas, sempre com a orientação dos professores. Algumas cidades e estados já implementaram a medida, enquanto outros ainda estão ajustando suas regras.
Em Botucatu, no interior de São Paulo, a prefeitura informou aos pais que os alunos não poderão mais usar esses dispositivos nas escolas. Em Marabá, no Pará, as escolas começaram a explicar a nova regra para os estudantes, destacando como ela afeta o dia a dia nas escolas. Essa mudança já se espalha por várias regiões do país, com cada local adaptando a medida à sua realidade.
Em Julho de 2023 a Unesco apontou que a presença de celulares pode prejudicar a concentração dos estudantes, afastando-os das atividades escolares e impactando negativamente o aprendizado. Além disso, o uso constante desses aparelhos também pode aumentar a ansiedade dos alunos, afetando seu desempenho de forma geral.
Em Marabá, os estudantes do 9º ano participaram de uma roda de conversa para refletir sobre como o uso de celulares afeta a atenção e o aprendizado. O objetivo dessa atividade foi conscientizar os alunos sobre os impactos do uso excessivo desses dispositivos e ajudá-los a focar mais nas aulas.
Em algumas regiões, como no Distrito Federal, a proibição já está sendo aplicada, mas de forma parcial, limitando o uso de celulares apenas dentro das salas de aula. Em outros estados, como o Pará, a medida ainda está sendo discutida nas escolas, que devem adaptar as regras conforme a realidade local.
Nas escolas particulares, ainda há dúvidas sobre como aplicar a nova legislação. Em Belém, no Pará, algumas escolas permitem que os alunos mantenham os celulares nas mochilas, desde que desligados. O uso para atividades pedagógicas ainda é permitido, buscando equilibrar o uso da tecnologia com o foco no aprendizado.
A principal justificativa para a proibição é a distração causada pelos celulares. Em vez de estarem concentrados nas atividades propostas pelos professores, os alunos acabam acessando redes sociais, respondendo mensagens ou jogando durante as aulas. Isso compromete sua atenção e prejudica o desempenho acadêmico, já que o aprendizado exige foco e envolvimento com o conteúdo.
Com o aumento do uso de dispositivos móveis nas últimas décadas, surgiram novos desafios para as escolas. Embora a tecnologia possa melhorar a educação, é necessário encontrar formas de usá-la de maneira equilibrada. O uso constante de celulares pode interromper a interação entre alunos e professores e diminuir o tempo dedicado ao estudo.
A proibição busca criar um ambiente escolar mais focado, onde os alunos possam se concentrar nas atividades e interagir diretamente com seus colegas e professores. Não se trata de rejeitar a tecnologia, mas de estabelecer limites para que ela não prejudique o processo de ensino e aprendizado. A escola deve ser um espaço de troca de conhecimento, e para isso, os alunos precisam estar totalmente presentes nesse processo.
Essa mudança não resolve todos os problemas da educação, mas é uma tentativa de melhorar o ambiente de aprendizado. As escolas precisam se adaptar a essa nova realidade, incentivando o uso responsável dos dispositivos eletrônicos e garantindo que o foco dos alunos esteja no que realmente importa: o aprendizado.
A implementação da nova legislação é um passo importante, mas precisa ser acompanhada de perto por toda a comunidade escolar para garantir sua eficácia. Mais do que uma restrição, a proibição do uso de celulares é uma forma de ajudar os alunos a se concentrarem no que realmente importa e aproveitar melhor o tempo dedicado à educação.
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