A investigação da Polícia Federal (PF) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro possuia um plano de fuga do País caso a tentativa de golpe de Estado não fosse bem sucedida. As informações constam no relatório final do inquérito da PF, que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tornado público nesta terça-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com a PF, existia uma articulação entre militares para retirar Bolsonaro do Brasil, caso o golpe planejado não se concretizasse. A investigação aponta que militares estavam posicionados em locais estratégicos, incluindo instalações críticas, para impedir o cumprimento das ordens do STF. Havia também o planejamento de alocar armas no Palácio do Planalto para proteger o então presidente.
O relatório, que também descreve o uso de armamentos e munições, foi encontrado no notebook de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e considerado seu braço direito. O documento, em formato PowerPoint, foi elaborado em março de 2021 e descreve um plano detalhado de fuga, com três etapas principais.
Proteção do presidente nos Palácios do Planalto e da Alvorada: militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) seriam responsáveis por garantir a segurança de Bolsonaro e facilitar sua exfiltração.
Criação de condições dissuasórias: o plano incluía ações para demonstrar apoio a Bolsonaro, utilizando “estruturas estratégicas” para impactar a segurança nacional.
Montagem de uma rede de auxílio para fuga: o uso de uma “Rede de Auxílio à Fuga e Evasão” (RAFE) e uma “Linha de Auxílio à Fuga e Evasão” (LAFE) foi prevista para garantir que Bolsonaro fosse retirado do país.
Embora o golpe não tenha ocorrido em 2021, a PF detalha que o plano de fuga foi adaptado em 2022, após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Sem apoio das Forças Armadas para avançar com a ruptura democrática, Bolsonaro teria saído do País para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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