Bolsonaro não vai apoiar nenhum governador, ele vai manter seu capital político com a família, afinal, política é e sempre foi um negócio para família Bolsonaro
Marcus Vinícius de Faria Felipe
O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), pode ficar inelegível até 2061 caso seja condenado e receba pena máxima por todos os crimes pelos quais é indiciado pela Polícia Federal: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Considerando que a soma das penas totaliza 28 anos, Bolsonaro que hoje está com 69 anos, só poderá ser candidato aos 98, se for condenado em 2025, aos 70 anos.
O ex-presidente da República está inelegível até 2030, decisão tomada em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas não pretende transferir seus votos para os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR) ou para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO).
Nada disso.
Bolsonaro não vai apoiar nenhum governador, ele vai manter seu capital político com a família, afinal, política é e sempre foi um negócio para família Bolsonaro.
Basta lembrar que todos os filhos de Jair Bolsonaro têm mandato político, desde de Carluxo (Carlos Bolsonaro) que é vereador reeleito no Rio de Janeiro, passando pelo mais novo, Renan Bolsonaro, eleito vereador em Balenário Camboriú (SC), até os mais velhos, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
É quase consenso no PL que o nome “Bolsonaro” estará na urna eletrônica em 2026, não o sobrenome do Jair, mas o do seu filho, Eduardo Bolsonaro, que recebeu o apelido de “Bananinha”, do general Hamilton Mourão, ex-vice-presidente da República, e atual senador pelo Rio Grande do Sul.
Juristas de renome como o gaúcho Pedro Serrano e advogados criminalistas experientes como Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, estimam que Jair Bolsonaro deve ir a julgamento em 2025 e, sendo condenado, pode ser preso no final deste ano ou no meio do ano de 2026. Até lá, Bolsonaro estará em campanha presidencial como candidato a presidente, e tendo na vice o seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
A ideia do ex-presidente é explorar a comoção de sua base eleitoral com sua futura prisão e potencializar a eleição do “Bananinha”.
Bananinha, aliás, é um dos porta-vozes da extrema direita internacional e cultiva proximidade com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
“Yes, nos temos banana”, já dizia Carmen Miranda, a luso-brasileira que fazia sucesso entre os yankees.
Aos governadores que pensam herdar votos de Bolsonaro, fiço aqui uma corruptela da frase que marca a obra Dante Alighieri no seu livro A Divina Comédia”:
“A vós que entrais no inferno, deixai de fora toda a esperança!”