O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu risada ao ser perguntado se Jair Bolsonaro (PL) poderia se beneficiar da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. A resposta foi dada em entrevista à CNN Internacional, em entrevista exibida nesta sexta-feira (8/11).
"O Bolsonaro era presidente e eu o derrotei. Se ele estava apoiando o Trump, ele não tem voto nos Estados Unidos... o Trump não teria ganho as eleições", defendeu o petista, sem se aprofundar muito no assunto.
A pergunta a Lula era para saber se ele achava que Trump na Casa Branca poderia favorecer a política social dele com a população ou ajudar a trazer Bolsonaro de volta à Presidência do Brasil, em 2026. Vale lembrar que, até o momento, o candidato do PL está inelegível por supostamente ter participado de tentativa de golpe de Estado.
Lula seguiu a conversa reiterando que pretende manter diálogo com o republicano, quando necesário.
"Eu terei com o presidente Trump uma relação de respeito como chefe do Estado brasileiro. E eu espero que ele tenha uma relação de respeito com o Brasil como chefe do Estado americano. Ora, se nós estabelecermos essa linha de comportamento, de civilidade, de respeito, o resto fica tudo muito mais fácil", explicou.
O presidente comparou a possibilidade de se relacionar com Trump com o que falavam sobre George Bush, em 2003, quando Lula tomou posse de seu primeiro mandato.
"Fui visitar o Bush dia 10 de dezembro de 2002, eu ainda não tinha tomado posse. E o Bush, naquela ocasião, me convidou para participar da guerra do Iraque. Eu disse ao presidente Bush: 'olha, eu não posso participar da guerra com o Iraque. Primeiro, porque lá não tem armas químicas; segundo, porque eu não conheço Saddam Hussein; terceiro, porque o Iraque fica a 14 mil quilômetros do Brasil; e quarto, eu tenho uma guerra para fazer no meu Brasil que é combater a fome e a pobreza", frisou.
Segundo Lula, era esperado que os dois tivessem relação difícil, o que não ocorreu. "Dois chefes de Estado, embora eles possam ter divergência política e ideológica, quando eles se encontram, o que prevalece é o interesse do Estado, não é o interesse pessoal. O que eu quero discutir com os Estados Unidos é o interesse da relação centenária de Brasil e Estados Unidos", explicou.
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