O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Goiás (Codego) Francisco Jr. adiantou, em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, que estuda a criação de um polo industrial voltado para a tecnologia no Centro de Goiânia. O Porto Digital de Recife é um dos principais parques tecnológicos e de inovação do Brasil, instalado na área central da capital de pernambucana com atuação nos eixos de produção de software e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
A ideia, segundo Francisco, é adiantar o avanço da indústria 5.0 no Estado e desenvolver o Centro de Goiânia com a geração de emprego e evolução da tecnologia na cidade. “Se tinha uma ideia de que Goiânia não podia se industrializar por ser a Capital do Estado, mas a ideia é uma indústria limpa e tecnológica. E um bom lugar que temos é o Centro de Goiânia, que tem toda a infraestrutura já instalada, tem muito espaço e precisa de incentivos”, comenta.
O objetivo é unir a requalificação dos espaços, a ocupação e a geração de emprego e conhecimento. “Goiânia é uma cidade com muitas universidades, com jovens antenados e globalizados, é interessante fomentar isso. O produto de maior valor agregado que Goiás exporta hoje são os nossos jovens talentos, são cabeças muito boas que vão para o Canadá, Alemanha, Japão, e outros países para criar tecnologia. Queremos criar um ambiente para que eles não precisem sair e que desenvolvam as mesas coisas lá fora aqui dentro, em parceria entre o Estado, Academia e a iniciativa privada”, adianta.
O desenvolvimento de um polo tecnológico em Goiás passa pela parceria entre diversas secretarias de Estado, como a da Indústria e Comércio, Secretaria de Infraestrutura, Ciência, Tecnologia e Inovação e Detran. “Quando fui secretário municipal, criamos uma estação digital em Goiânia que era semelhante ao Porto Digital de Recife, mas o projeto não avanço. O Porto hoje fatura mais de R$ 5 bilhões e abriga empresas como Apple, Google e sistema de tecnologia de televisões. Goiânia pode ter uma experiência semelhante”, aponta.
Conheça o Porto Digital
O Porto Digital de Recife está instalado no Centro Histórico do Bairro de Recife e conta com projetos de expansão para outros bairros, somando mais de 171 hectares de instalações. A região, antes degradada e de pouca influência na economia local se assemelha ao processo ocorre no Centro de Goiânia. Desde a fundação do parque tecnológico, em 2000, já foram restaurados mais de 138 mil metros quadrados de imóveis históricos.
O local foi eleito por três vezes como o melhor parque tecnológico do Brasil e conta hoje com mais de 400 empresas, organizações de fomento e órgãos de Governo, com mais de 18 mil profissionais e empreendedores. Esses empreendimentos geram um faturamento anual de mais de R$ 5,4 bilhões em 2023 e já é considerado o terceiro maior setor de serviços na capital pernambucana. Empresas de vários portes compõem o ecossistema do Porto Digital: de startups a multinacionais, como Accenture, NTT DATA e Liferay.
Projetos
O Porto Digital administra dezenas de projetos voltados à melhoria da competitividade do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, Economia Criativa, além de promover ações de sustentabilidade e melhoria do bem-estar nas cidades e mobilidade urbana.
DOCA
Participar de iniciativas de inovação aberta de grandes companhias e instituições públicas pode se tornar um diferencial na trajetória de uma empresa ou startup. Foi com o pensamento voltado para conectar o ecossistema expandido de inovação e grandes clientes corporativos que o Porto Digital criou a DOCA – setor de inovação que reúne ações que vão desde a sensibilização de colaboradores a investimento em desenvolvimento de soluções digitais.
REC’n’Play
Com workshops, palestras, exibições, hackathons, shows, torneios de e-sports e rodadas de negócios, o REC’n’Play é o maior festival do conhecimento do Nordeste e chegou a mais de 60 mil inscritos em 2023. A iniciativa ocupa prédios e ruas do Bairro do Recife durante quatro dias e funciona com três pilares: educação, negócios e entretenimento. Em sua exploração de tendências tecnológicas e criativas, o REC’n’Play é ponto focal de quem se interessa por internet das coisas, robótica, fabricação digital, games, audiovisual, fotografia, design, música, sustentabilidade e clima no âmbito das cidades inteligentes. Além disso, deixar legado é um dos principais propósitos do festival, que busca reunir diferentes perspectivas, ideias e opiniões sobre os desafios vividos pelas pessoas diariamente.
Portomídia
Um dos principais projetos do Porto Digital é seu braço de Economia Criativa, o Portomídia, que conta com laboratórios de finalização, de edição de imagem, animação e ilustração, pré-mixagem e de correção de cor e mixagem. Além da incubadora própria, o Portomídia abriga programas de qualificação, exibição e desenvolvimento nas áreas de design, cine-vídeo-animação, games, mídias digitais, fotografia e música.
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