Pesquisas de intenção de voto extemporâneas às vezes são perigosas para aqueles que lideram. Elas podem gerar acomodação.
Os pré-candidatos a prefeito de Goiânia Adriana Accorsi, do PT, e Vanderlan Cardoso, do PSD, aparecem empatados, em primeiro lugar — as diferenças entre a deputada federal e o senador são mínimas, sempre no limite da margem de erro —, e talvez por isso tenham se acomodado um pouco.
Diz-se, entre marqueteiros, que Adriana Accorsi está jogando parada. No início, funcionou. Mas, no momento, tem sido prejudicial à postulante do PT. Tanto que, apesar da longa exposição na mídia, não sai do lugar — se mantém nos primeiros lugares, mas não chega a 25% das intenções de voto. Por que isto ocorre? Talvez seja em decorrência de uma pré-campanha desconectada dos eleitores — feita mais em gabinetes e nas redes sociais (e não se ganha eleição só com redes sociais) do que nas ruas, nos bairros, nos contatos diretos com os eleitores e segmentos da sociedade. O pré-candidato do União Brasil, Sandro Mabel, melhorou seus índices nas pesquisas porque está em campo, se posicionando, se mostrando como pré-candidato. Deveria ser um exemplo para a petista — que é uma candidata qualitativa.
Vanderlan Cardoso parece jogar escondendo-se. O senador é um candidato ausente. Consta que é mais visto em Senador Canedo — cidade na qual sua mulher, Izaura Cardoso, é pré-candidata a prefeita — do que em Goiânia.
O fato de aparecer bem nas pesquisas levou Vanderlan Cardoso a não aparecer. Talvez avaliando que, se aparecesse muito, poderia se desgastar. Ocorre que há a possibilidade de perder espaço para Sandro Mabel — que tem a mesma imagem de gestor eficiente. Porém parece ter mais vontade de gerir Goiânia.
Mas há tempo para mudar as táticas eleitorais. Porque, no momento, os eleitores ainda não estão muito motivados com a disputa eleitoral. Mas agora, quando olham para trás, Adriana Accorsi e Vanderlan Cardoso não precisam mais de binóculo para enxergar Sandro Mabel. O pré-candidato do União Brasil já está colado nos dois, operando para superá-los — o que pode acontecer (ou não, claro) em breve. (E.F.B.)