A Polícia Federal indiciou o deputado federal Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão (PL-SC), o cantor sertanejo Sérgio Reis e outras onze pessoas por incitarem atos antidemocráticos em setembro de 2021. A PF atribuiu a eles os crimes de incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes.
A informação foi divulgada pelo portal Uol e confirmada pelo GLOBO. O relatório final da Polícia Federal foi entregue ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, a quem cabe formular a denúncia ou pedir o arquivamento do caso. A investigação foi aberta a pedido da ex-subprocuradora-geral Lindôra Maria Araújo.
Em 2021, Trovão e Reis participaram da convocação de manifestações que pediam o fechamento e “invasão” do Supremo Tribunal Federal (STF) e um “ultimato” ao Senado Federal. Segundo o pedido de investigação formulado pela PGR, as provas indicavam a “atuação dos investigados na divulgação de mensagens, agressões e ameaças contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições”. A PGR também dizia que postagens e vídeos publicadas naquela época pelos investigados tinham “convocado a população, através de redes sociais, a praticar atos criminosos e violentos de protesto às vésperas do feriado de 7/9/2021, durante uma suposta manifestação e greve de ‘caminhoneiros'”.
Procurada, a defesa de Trovão ainda não se manifestou sobre o indiciamento.
Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Zé Trovão, chegou a ter prisão preventiva decretada, ficou foragido e depois se entregou à PF. Ele ficou preso até o fim de 2021, quando foi autorizado a cumprir reclusão domiciliar. No ano seguinte, ele se candidatou e se elegeu deputado federal pelo PL.
Sergio Reis, por sua vez, chegou a ser alvo de mandados de busca e apreensão e foi impedido de circular até um quilômetro de distância da Praça dos Três Poderes.
Os dois seriam responsáveis pelo convocação de caminhoneiros para “fechar Brasília” e pressionar o Senado a votar o impeachment de ministros do STF.
Outro investigado que foi indiciado no relatório foi o jornalista Oswaldo Eustáquio. Em 2021, ele organizou lives com o Zé Trovão para chamar as pessoas a se manifestar contra o STF.
Em nota, Eustáquio afirmou que é vítima de “perseguição política”.
“A tardia conclusão do inquérito 4879, iniciado em 2021, revela apenas que a perseguição política sobre conservadores continua. A manifestação de 7 de setembro é a prova real que nunca tivemos objetivo de uma ruptura institucional, já que foi uma manifestação organizada, com liderança e que não quebrou nenhum patrimônio público (…). Nosso protesto pedia e ainda pede o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que tem abusado de seus poderes na relatoria de inquéritos sem fim”, escreveu ele.
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