Em entrevista ao CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — de terça-feira (2/7), a secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, falou da estratégia da pasta para acelerar a fila de espera de pacientes aguardando cirurgias eletivas. A contratação, via pessoa jurídica, para o provimento de anestesiologistas, especialidade em falta na rede pública de saúde, tem sido o método escolhido pela secretaria, pois há baixa adesão nos concursos públicos para a especialidade.
"Temos três empresas no DF trazendo anestesiologistas. Temos, efetivamente, nos hospitais, 42 médicos, e, em cinco dias, fizemos 190 cirurgias. Hoje, nós temos oito hospitais fazendo as cirurgias eletivas", detalha a secretária. Segundo ela, a previsão é que sejam feitas 120 cirurgias diariamente. A demanda reprimida pela pandemia da covid-19 seria uma das principais causas para a fila de 32,5 mil pacientes aguardando cirurgia.
Aos jornalistas Sibele Negromonte e Roberto Fonseca, Lucilene também falou da dificuldade de contratar pediatras para a rede pública. O deficit é de 170 médicos da especialidade. "Da mesma forma que seguimos as etapas da anestesiologia, temos um concurso vigente e chamamos todos os pediatras. Na última chamada, há cerca de 20 dias, o governador nomeou 20 pediatras, dos quais apenas dois tomaram posse. Temos uma baixa adesão", diz Lucilene, admitindo que a situação ainda não é satisfatória.
Sobre a dengue, ela destaca que diferentes secretarias do Governo do DF (GDF) se preparam para os primeiros casos, em outubro deste ano, e para o pico do ano que vem. A vacinação continua para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Vocês estão começando a resolver esse imbróglio da falta de anestesistas e a fila para cirurgias está começando a andar. O que está acontecendo agora?
O DF tem, hoje, uma fila de cirurgias eletivas e essa demanda reprimida foi se acumulando, primeiramente pela covid, e também pela anestesiologia ser uma especialidade de difícil provimento. Fizemos o concurso, chamamos todos os anestesiologistas, ampliamos a carga horária dos que desejavam passar de 20 horas para 40 horas semanais, mas, mesmo assim, não foi suficiente. Caminhamos para uma modalidade de contratação por meio de pessoa jurídica. Temos três empresas no DF trazendo anestesiologistas. Temos, efetivamente, nos hospitais, 42, e, em cinco dias, fizemos 190 cirurgias. Hoje, nós temos oito hospitais fazendo as cirurgias eletivas. Carecíamos desses profissionais e hoje podemos celebrar esse movimento de enfrentamento da fila de cirurgias, que não se resume à contratação de anestesiologista. Tivemos toda uma preparação: a revitalização dos hospitais, dos centros cirúrgicos e das enfermarias. Cuidamos das cozinhas e dos refeitórios para bem cuidar, tanto dos pacientes quanto dos servidores. Também passamos pela aquisição de equipamentos, como de carrinhos de anestesia. Hoje, nós temos o que há de melhor no mercado em termos de aparelho de anestesia. Então, foi um conjunto de ações.
Há previsões de avançar para novos hospitais? Se sim,