A combinação de cores da bandeira é um símbolo consolidado do orgulho LGBTQIA+, a escolha dessas cores, no entanto, não é um simples arco íris. Criada pelo artista Gilbert Baker em 1978, a bandeira incluía, originalmente, oito cores, cada uma com um significado.
Na época, o movimento era representado por um triângulo rosa, mas o símbolo carregava consigo uma recordação dolorosa para a comunidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, o triângulo rosa foi cooptado por Aldolf Hitler e utilizado na perseguição nazista contra homossexuais, assim como a Estrela de Davi foi utilizada contra os judeus.
Em suas memórias, Baker conta que já havia sido pressionado por amigos para criar o que seria a nova imagem da luta. Na ocasião, depois de uma sessão de cinema, o artista passou a olhar as bandeiras tremulando nos prédios. “Pensei que uma nação gay deveria ter uma bandeira também, para proclamar sua própria ideia de poder”, relata.
A ideia do arco íris veio durante a efervescência de uma festa que contemplava toda a diversidade da comunidade LGBT.
“Uma Bandeira do Arco-Íris foi uma escolha consciente, natural e necessária. O arco-íris surgiu da história mais antiga registrada como um símbolo de esperança”, explica. “No Livro do Gênesis, ele apareceu como prova de uma aliança entre Deus e todas as criaturas vivas. Também foi encontrado na história chinesa, egípcia e nativa americana. Uma Bandeira do Arco-Íris seria nossa alternativa moderna ao triângulo rosa. Agora, os manifestantes que reivindicaram sua liberdade no Stonewall Bar em 1969 teriam seu próprio símbolo de libertação”.
A construção da primeira bandeira foi feita com oito cores, na seguinte ordem:
A demanda pela bandeira cresceu drasticamente após o assassinato de Harvey Milk, um dos primeiros políticos abertamente homossexuais dos Estados Unidos, em novembro de 1978. Com esse aumento, a disponibilidade de tecido rosa-choque tornou-se insuficiente, o que fez com que essa cor precisasse ser retirada.
O turquesa foi retirado pouco depois para manter o símbolo com um número par de cores. Isso foi necessário porque, quando pendurada verticalmente nos postes, a faixa do meio, que era turquesa, era obscurecida pelo poste.
Ao longo dos últimos anos, artistas de diferentes países fizeram algumas adaptações para inserir símbolos de outras pautas e letras da sigla.
Em 2017, a Filadélfia criou sua própria versão da bandeira, com a inserção das cores preto e marrom para simbolizar a luta antirracista. A edição aconteceu após episódios de racismo dentro do meio LGBTQIA+ na cidade.
Pouco depois, em 2018, o artista não binário Daniel Quasar, dos Estados Unidos, criou a bandeira do orgulho “progressista”. A adaptação insere um triângulo na lateral da bandeira com as cores rosa e azul, presentes na bandeira trans, seguidas pelo marrom e preto.
Uma outra versão foi feita pelo artista intersexo Valentino Vecchietti. Ativista da Intersex Equality Rights, ele buscou inserir a bandeira da comunidade intersexo, amarela com um círculo roxo, no centro do triângulo criado por Daniel Quasar.