O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo federal, Paulo Pimenta e o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, desembarcaram, na manhã deste sábado (4/5), na Base Aérea de Canoas-RS, na região metropolitana de Porto Alegre, para coordenar a instalação do escritório do governo federal de acompanhamento da calamidade climática.
"Já são 20 helicópteros em operação, são quase 100 embarcações, estamos chegando a mil homens trabalhando 24 horas por dia no resgate, dando o suporte necessário para todos os municípios, para as prefeituras, não haverá limites do ponto de vista orçamentário do apoio que daremos ao Rio Grande do Sul nesse momento no apoio humanitário", disse Pimenta ao chegar no estado.
Os dois ministros de Lula garantiram que ficarão no estado de forma permanente até a mitigação da calamidade climática. Para Góes será fundamental a presença do governo federal para a integração com os governos municipais e do estado gaúcho.
"A situação é desafiadora e por isso exige muito mais sinergia entre os governo, a nossa presença full time aqui é para que essa sinergia aconteça, para a discussão de medidas provisórias pelo presidente Lula", disse Góes.
Neste sábado, com a diminuição das chuvas, a região da Serra Gaúcha tem registrado uma redução no nível das águas, mas a capital do estado, que recebe os afluentes de rios dessas regiões mais atingidas, segue com as águas subindo no Lago Guaíba. Com a água já ultrapassando a marca de 5 metros, a expectativa é que a cheia passe dos 5,5 metros nas próximas horas.
Após inundações, infraestrutura do Rio Grande do Sul está comprometida
Com a cheia as operações do aeroporto internacional Salgado Filho segue interrompida com as águas já invadindo a pista do terminal. Em entrevista coletiva na manhã deste sábado, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), questionado pelo Correio, disse que a operação do aeródromo está interrompida não apenas pelo alagamento da pista, mas também porque todos os acessos ao terminal estão embaixo d'água.
"Creio que enquanto tiver a pista alagada eles não vão abrir o aeroporto, mas nós como gestores temos que tratar do acesso do aeroporto, porque não adianta ter aeroporto se não tiver acesso ao aeroporto. Tinha programado para hoje e amanhã 17 mil pessoas para chegar ou para sair do Rio Grande do Sul, então imagine o transtorno".
O prefeito reforçou o apelo que todos os moradores da capital que vivem em regiões de risco que deixam suas casas antes do alagamento, o que dificultaria o resgate desses moradores. Sobre o risco de desabastecimento de água potável, que já está faltando em alguns bairros da cidade, o prefeito adiantou que a situação pode se agravar.
"Na outra enchente nós tivemos o apoio de caminhões pipa, dessa vez nós não teremos isso, até porque os municípios vizinhos também estão sem água. Se parar Belém Novo (principal estação de captação de água da capital gaúcha), parou tudo, nós vamos ter problemas", apontou Melo.
O prefeito emendou que ainda não é possível estimar os prejuízos na cidade, mas apontou que na cheia anterior, que foi bem menor, a cidade gastou mais de 40 milhões para reconstruir a cidade.