A velocidade do afundamento do solo no bairro de Mutange, em Maceió, causado pela exploração de sal-gema pela Braskem, diminuiu ao longo do dia de ontem. Até o começo da tarde, segundo boletim da Defesa Civil, o deslocamento era de 0,7 centímetros por hora, marca que caiu para 0,3 cm/h à noite. O desdobramento foi apurado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e levou o Ministério de Minas e Energia a divulgar um relatório afirmando que o afundamento foi estabilizado e, caso haja desmoronamento, "ocorrerá de forma localizada e não generalizada".
A redução foi constatada em comparação com os dias 29 e 30 de novembro, quando a área cedida era de 50 centímetros. No sábado, houve uma redução para 15 centímetros. "Registra-se que ainda é uma velocidade elevada, ao se comparar com o parâmetro anterior da ordem de 20 centímetros por ano. A situação ainda demanda atenção", informou o relatório.
Ainda de acordo com o documento, "o sismo percebido ocorreu em direção à Lagoa de Mundaú. Esse fenômeno indica um afastamento da situação de instabilidade da área original".
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC, explicou que, de todos os equipamentos que medem o afundamento do solo na região, somente um mantém o sinal de alerta. Desde o agravamento da crise causada pela exploração do sal-gema — usado na produção de soda cáustica e PVC —, na última quinta-feira, seis indicavam o perigo de colapso.
Embora o cenário esteja melhorando, JHC ponderou que o risco não diminuiu. A situação ainda é grave e, até ontem, o solo já havia cedido 1,69 metro. "A tendência permanece de diminuição na velocidade de afundamento na área. Os nossos equipamentos que medem o afundamento naquela região são 12 e apenas um está em sinal de alerta. Não podemos de forma alguma afirmar que aquilo é uma garantia de estabilização, mas é um caminho para a estabilização", apontou o prefeito.