Na semana passada, por exemplo, o presidente Lula participou de uma série de agendas para tratar de projetos de investimento com a participação da iniciativa privada brasileira e internacional, confirmando as perspectivas positivas que se abrem ao país nos próximos anos, sobretudo para setores ligados à infraestrutura. Somados, os investimentos anunciados desde o início de novembro chegam a quase US$ 18 bilhões.
“Em apenas uma semana, [tivemos] três reuniões com anúncios de grandes investimentos privados”, comemorou Lula, no sábado (11), ao fazer uma retrospectiva da semana em suas redes sociais. Um dos encontros resultou no anúncio, feito pela Nissan, de que a companhia irá injetar US$ 2,8 bilhões no setor automotivo brasileiro.
Na área de biocombustíveis, após uma reunião com Lula e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) avaliou que o setor de biocombustíveis receberá, nos próximos anos, investimentos de grupos que integram a associação da ordem de US$ 10 bilhões.
Ainda no âmbito da agenda ambiental encampada pelo governo, Lula tratou com o empresário australiano Andrew Forrest, da empresa Fortescue, de um projeto de investimento em hidrogênio verde no estado do Ceará. Os aportes da empresa na iniciativa chegam a US$ 5 bilhões. “Quero ser um pioneiro da indústria verde no Brasil”, declarou Forrest, após a reunião com Lula.
CEO da BMW : “Avalanche de investimentos diretos”
De fato, a velocidade com que o governo Lula tem se articulado para garantir ao Estado o papel de indutor do desenvolvimento do país tem chamado a atenção de agentes econômicos dentro e fora do Brasil. Em entrevista ao canal de notícias GloboNews, no final de semana, o CEO da BMW Mario Janssen confirmou o clima de otimismo quanto às perspectivas de investimentos estrangeiros no Brasil.
“Vejo o Brasil [de modo] muito positivo”, declarou Janssen, em entrevista ao programa Em Ponto, após a jornalista Mônica Waldvogel sugerir um quadro pouco animador para a atração de investimentos. “Desde o início do ano, vimos uma avalanche de investimentos diretos no Brasil”, discordou o executivo. “E nesse momento, com várias incertezas no mundo, o Brasil oferece vários incentivos para fazer investimentos aqui”, confirmou Janssen.
A avaliação de Janssen repercutiu entre lideranças do PT. O deputado Alencar Santana, do PT de São Paulo, chamou a atenção para a “má vontade de parte da imprensa com os dados econômicos quando é o PT que governa”. Segundo Santana, foi preciso “um CEO estrangeiro dizer o óbvio” sobre o atual quadro de investimentos externos no Brasil.
Para Janssen, não há dúvida de que a situação econômica do país melhorou e o Brasil pode aproveitar oportunidades também por conta de sua posição estratégica diante dos mercados globais. “É um país que não tem sido afetado pelas crises no mundo”, opinou.
País ocupa 2º lugar em atração de investimentos no 1º semestre
Tão logo tomou posse, o governo tratou de abrir um canal amplo de diálogo com o setor privado estrangeiro, fortalecido pela agenda de viagens internacionais cumpridas por Lula.
O resultado apareceu rapidamente: no início do mês, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destacou que o Brasil subiu três posições no ranking dos países que mais atraem Investimento Estrangeiro Direto (IED) no primeiro semestre de 2023. Segundo a OCDE, o país ocupa agora o segundo lugar na lista, atrás apenas dos EUA.
Entre janeiro e junho deste ano, revelou a organização, o fluxo de IED para a economia brasileira alcançou US$ 34 bilhões, contra US$ 35 bilhões do semestre anterior. “Sinônimo de confiança no governo do presidente Lula, nas reformas fundamentais em trâmite no Congresso Nacional, e na resiliência da economia brasileira”, afirmou, nas redes sociais, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Bolsonaro e Guedes, espantalhos do investidor estrangeiro
Com isso, o Brasil deixa para traz um tempo desolador de incerteza e turbulência econômica, a grande marca do ex-ministro-banqueiro da Economia, Paulo Guedes, entre 2019 e 2022. Durante o governo Bolsonaro, Guedes funcionava como uma espécie de espantalho para o investidor estrangeiro, sintonizando, na área econômica, o caos institucional promovido por seu ex-chefe na Presidência, sobretudo na área ambiental.
O resultado foi uma fuga recorde de investidores do Brasil. “Bolsonaro derruba investimento em infraestrutura e afugenta estrangeiros”, estampou a Folha de S. Paulo, em reportagem do dia 7 de maio de 2022, ano da eleição presidencial. Só nos dois primeiros anos de governo, Bolsonaro já havia provocado o sumiço de mais de US$ 72 bilhões em investimentos estrangeiros no Brasil, informou a CNN.
“Nos últimos três anos, o Brasil sofreu destruição reputacional no exterior por não conseguir acompanhar a mudança de mentalidade que está ocorrendo nos negócios”, avaliava o gestor da Inter B Consultoria Internacional de Negócios, Claudio Frischtak, à Folha, na mesma reportagem.
Graças à decisão soberana do povo brasileiro nas urnas, o investidor estrangeiro hoje respira aliviado: com Lula, o Brasil voltou a ser um celeiro de oportunidades e bons negócios para o mundo.