O empresário José Garrote fez um dos discursos mais aplaudidos no lançamento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Marcus Vinícius de Faria Felipe
O presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) defendeu a parceria público-privada para o desenvolvimento de Goiás e do Brasil, e destacou o êxito deste tipo de política tendo como exemplo os incentivos fiscais que induziram o crescimento de Goiás.
Falando diretamente para os ministros Rui Costa, da Casa Civil e Marcio França, do Ministério das Micro e Pequenas Empresas, o empresário José Garrote chamou a atenção para manutenção das políticas de incentivo fiscal. Ele enfatizou que esta política, ao longo de três decadas, transformou Goiás da 12ª para a 7ª economia mais pujante do País.
“Eu sou um produto das boas políticas públicas que Goiás fez. Comecei a empresa com 70 colaborados, e hoje tenho 8 mil colaboradores”, registrou.
Incentivo à industrialização
O presidente da Adial ressalta que há outros estados que já receberam benefícios superiores e contam com uma infraestrutura muito maior do que Goiás e outros estados do Centro-Oeste, região que cresceu graças às políticas governamentais, transformando o agronegócio num dos principais responsáveis pelos superávits na balança comercial brasileira.
Ele alerta para o fato da indústria brasileira enfrentar novos desafios, lembrando que o setor já representou 30% do PIB brasileiro e hoje está na faixa de 11%. Neste sentido, avalia que as políticas de incentivo são ainda muito necessárias, sobretudo considerando que a maior parte dos produtos da pecuária e agricultura são exportados in natura, quando poderiam ser transformados e vendidos com maior valor agregado.
“Precisamos entender o que queremos para o Brasil. O que plantamos ontem, é o que somos hoje, e o que plantarmos agora é o que seremos amanhã”, acentua. “Políticas públicas corretas garantem desenvolvimento e distribuição de renda”, completou.
Manter Goiás crescendo
Para José Garrote, na indústria nasce a educação, que se transforma em pesquisa e se traduz em inovação e finalmente na materialização de novos produtos e novas práticas industriais e de desenvolvimento, gerando prosperidade ao Estado e à nação.
“É com este ciclo completo que vem o emprego, a renda, a dignidade e a distribuição de renda ”, enumerou.
É diante desta constatação que Zé Garrote considera que governo federal precisa se debruçar com atenção sobre a política de incentivos fiscais e seus efeitos benéficos Goiás e para o Brasil continuarem crescendo.
“Não estamos contra ninguém e nenhum Estado, apenas não queremos frear nosso crescimento exatamente na hora que estamos começando a avançar mais. Imaginem, um motorista de caminhão, como eu já fui,frear o caminhão na subida; para você reengatar e pegar velocidade depois dá muito trabalho ministro”, alertou.
Em resposta o ministro Rui Costa disse que a reforma tributária, que está sendo discutida no Senado, está num momento propício para o debate. Ele disse que o Senado é a Casa que representa os Estados, e alí vai trata as particularidades de cada região, para que todos ganhem com as mudanças, que visam modernizar a legislação tributária brasileira.
PAC
Representando as entidades que compõe o Fórum Empresarial de Goiás, José Garrote parabenizou o governo federal pelos investimentos do PAC em Goiás, sobretudo na questão da logística, com construção e recuperação de rodovias, além do novo eixo ferroviário, com o encontro da Norte-Sul com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). Ele também elogiou a parceria entre os governos federal e estadual na construção do novo centro de oncologia, o Hospital Cora Coralina, que vai salvar vidas de muitos goianos, e de pacientes de outros estados, que buscam Goiânia como centro de referência em tratamentos de saúde.
Finalizando, Zé Garrote disse que além dos cuidados com Goiás e outros Estados na reforma tributária, o governo federal deve levar em conta a importância dos fundos constitucional de investimento, como o FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), que devem ser mantidos para que o Centro-Oeste, assim como outros fundos que beneficiam as regiões Norte e Nordeste do país .