Oito depoimentos simultâneos estão previstos para ocorrer nesta quinta-feira (31/08) na Polícia Federal (PF) em meio às investigações sobre o recebimento e a destinação de joias e presentes dados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante o mandato dele (2019 a 2022).
O casal está entre as pessoas convocadas para prestar o depoimento, além do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid; do pai dele, o general do Exército Mauro Cesar Lourena Cid; do advogado Frederick Wassef, que defendeu a família Bolsonaro em diversos casos; e do advogado Fabio Wajngarten, ex-chefe da comunicação do governo Bolsonaro; e de mais dois assessores do ex-presidente.
O agendamento simultâneo de documentos faz parte de uma estratégia chamada de "dilema do prisioneiro" — já usada anteriormente pela PF no caso das joias.
Segundo entrevistados pela BBC News Brasil, a ideia seria dificultar a combinação de versões e estimular a entrega de informações úteis para a investigação.
De acordo com a PF, Bolsonaro, assim como outros investigados, são suspeitos de "desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-Presidente da República e/ou por comitivas do governo brasileiro, que estavam atuando em seu nome, em viagens internacionais, entregues por autoridades estrangeiras, para posteriormente serem vendidos no exterior".