Em seu último livro, Diferentes, o primatólogo holandês Frans de Waal, autor de obras de referência sobre temas como empatia, solidariedade e competição, apoia-se em quase cinco décadas de observações e pesquisas com chimpanzés, bonobos e humanos para mostrar os últimos avanços científicos, assim como seu próprio entendimento sobre os debates e as questões contemporâneas acerca de sexo e gênero.
"As pessoas têm comumente usado as palavras sexo e gênero como se fossem sinônimos", afirma Frans de Waal à BBC News Brasil.
"São termos não só distintos, mas que mudaram de significado ao longo dos últimos vinte anos, assim como devem ser vistos de outra forma daqui mais vinte anos."
Em Diferentes, lançado em junho no Brasil, o autor apresenta uma página com um glossário com explicações, pelo ponto de vista da biologia e da primatologia, para "sexo", "gênero", "papel de gênero", "identidade de gênero", "transgênero", "transexual" e "intersexo".
"O sexo é biológico, já o gênero, cultural, pois é o papel de cada sexo na sociedade. A identidade de gênero tem fator biológico e por isso que se pode nascer com um sexo, dependente do seus cromossomos, mas com outra identidade de gênero. É o que mostra a Ciência e, também, as observações de primatas – e, para mim, humanos são primatas – na natureza", diz de Waal à BBC News Brasil.