Dia 28 de abril é o Dia Mundial da Educação. Nessa data, há 23 anos, durante o Fórum Mundial de Educação (FME) realizado em Dakar (Senegal), líderes de 164 países, inclusive o Brasil, assumiram uma série de compromissos a serem cumpridos até 2015. Depois, no FME de 2015, realizado em Seul (Coreia do Sul), essas metas foram atualizadas e o compromisso foi renovado.
Entre as metas estabelecidas nos Fóruns Mundiais de Educação, estavam a expansão do acesso à educação básica, o combate contundente ao analfabetismo e eliminação das disparidades de gênero. Essas metas só podem ser cumpridas com investimento e com vontade política. Mas vejamos:
Como construir uma sociedade justa e saudável se essa sociedade faz pouco caso de professor, prometendo em época de campanha “salário de juiz” ao magistério, e no governo oferece um reajuste que mal dá para cobrir o piso nacional?
Como aplicar as boas práticas pedagógicas com turmas superlotadas, concursos públicos cada vez mais raros e profissionais contratados em formato temporário, o que torna as relações de trabalho precárias?
Como formar cidadãos plenos e prontos para conviver em harmonia e respeito em meio a escolas militarizadas que tolhem a livre manifestação e o livre pensar de estudantes?
Como promover o livre e pleno pensar nos e nas jovens, se o novo Ensino Médio removeu da grade disciplinas como sociologia e filosofia, e incluiu matérias como “como se tornar milionário”?
Que tipo de sociedade percebe a escola como uma ameaça, e a trata como alvo de ataques, atentados terroristas?
A lista de afazeres para esse dia mundial da educação é longa, e bem extensa. Mas professor não é super-herói. Sem a contrapartida dos governos, não há como fazer milagres. Situações como essa levaram a categoria do magistério distrital a aprovar, em assembleia, greve a partir de 4 de maio.
Reivindicamos itens importantes como a incorporação de gratificações (Gase e Gaped, por exemplo) e melhorias no processo de progressão na tabela salarial. Além disso, melhores condições de trabalho, nomeação de todos os aprovados e aprovadas do último concurso público, e a valorização de todos os profissionais da educação, efetivos(as), temporários(as), aposentados(as) e da ativa.