Felipe Cardoso e Francisco Costa
Lideranças ligadas ao Patriota e ao PTB goiano avaliam que a fusão entre os partidos está mais próxima do que nunca. A união das siglas, que levará o nome de Mais Brasil 35, aguarda apenas a homologação do Tribunal Superior Eleitoral, o que representa, vale lembrar, a fase final da tramitação burocrática que levará à união das legendas.
No ano passado, o presidente do PTB Goiás, Eduardo Macedo, esteve algumas vezes em Brasília para tratar sobre o assunto. As articulações também foram intensas por parte do presidente do Patriota, Jorcelino Braga.
A ligação das siglas promete trazer uma posição de mais protagonismo aos políticos que atuam em solo goiano. Vale ressaltar que ambos os partidos, sozinhos, não conseguiram cumprir a cláusula de barreira nas eleições de 2022, ficando sem fundo eleitoral e sem tempo de rádio e TV.
Segundo Braga, as lideranças aguardam, neste momento, apenas o cumprimento de algumas “formalidades” por parte do TSE para enfim brindarem a aliança.
A posição mais madura é de que Gustavo Mendanha deverá presidir a nova sigla. Em entrevista ao O HOJE, Mendanha, no entanto, manteve o mistério acerca do assunto. “A questão de assumir um partido é algo que tenho que avaliar, tenho pensado muito se compensa, mas independente disso estou muito bem com o Braga”.
Caso Mendanha não assuma, a tendência é que Braga fique no comando. Mendanha, no entanto, não considera deixar o novo partido — ao menos por enquanto. “O braga foi quem conduziu minha campanha, é uma pessoa que não tenho nenhuma dificuldade em continuar com Braga como presidente. A princípio continuaria [na sigla], mesmo se não assumir a presidência”, pontuou.
O principal receio das lideranças ligadas às duas legendas, a princípio, passava pelos rumos do grupo. Mendanha foi o principal opositor ao governo Caiado nas eleições de 2022. Braga, como presidente do Patriota, foi quem coordenou o movimento de oposição ao governo reeleito em primeiro turno.
Do outro lado, Macedo mantém alinhamento com o governo e nutre expectativas para que a nova sigla siga na base governista. No entanto, esse parece um assunto superado. Até porque já tem sido ventilada uma possibilidade de ‘aliança futura’ entre Mendanha e o atual governo.
Na contramão do cenário mais claro que se tem em relação à fusão do Patriota e PTB, a federação entre os partidos MDB, PSDB e Cidadania parece ter esfriado.
De olho nas eleições de 2024 e 2026, todas as siglas trabalham para viabilizar as alianças o quanto antes. Mas a federação em questão conta com empecilhos adicionais que podem, inclusive, fazer com que o assunto termine em pizza.
Os tucanos estão amarrados ao Cidadania por uma federação firmada antes mesmo das eleições do ano passado. Uma aliança com o MDB poderia levá-los a ocupar um espaço significativo no contexto político nacional. Uma vez viabilizada a chegada do Podemos, a situação ficaria melhor ainda.
A resistência, no entanto, vem, principalmente, dos caciques que apesar da pouca influência em relação à gestão Lula (PT), resistem em abrir mão disso para se juntar ao PSDB em uma frente de oposição em 2026.
Apesar dos rumores de que o Podemos poderia se juntar ao bloco, não há, ainda, qualquer movimento expressivo. Em outubro do ano passado, vale lembrar, os dirigentes dos quatro partidos chegaram a se reunir para tratar do assunto. Uma fonte do alto escalão de um dos partidos em Goiás considerou à reportagem do O HOJE a situação “em ponto morto”