O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta quarta-feira (12) medidas para reforçar a segurança nas escolas. O ministro também afirmou que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) vai instaurar processos administrativos para apurar a responsabilidade das redes sociais na propagação de ameaças.
“Estamos vendo que há uma situação emergencial, que tem gerado uma epidemia de ataques, ameaça de ataques, assim como de difusão de pânico nas famílias e comunidades escolares”, afirmou Dino. “Não se trata de uma regulação ampla dos serviços, mas de regulação estrita, específica para ameaça contra estudantes”, acrescentou.
“A Secretaria Nacional do Consumidor vai instaurar imediatamente processos administrativos para apuração de responsabilidade de cada empresa. Em face da eventual violação do dever de segurança e do dever de cuidado em relação aos conteúdos vinculadores de conteúdos danosos, perigosos”, declarou o ministro.
Twitter recua
Após ter resisitido, a rede social Twitter informou ao ministério da Justiça que derrubou 546 perfis com conteúdos ameaçadores ligados a ataques terroristas em escolas no país. Os dados foram reunidos pela companhia até esta terça-feira (11). As informações são do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.
Durante uma reunião no ministério na segunda-feira (10) o Twitter demonstrou teimosia. De acordo com representantes da plataforma, perfis igados a ameaças e ataques em escolas não violam os “termos de uso” do site. No entanto, Dino expressou sua opinião de que o Twitter não compreendia a seriedade do assunto.
Moderação de conteúdo
Flavio Dino informou que o Ministério da Justiça vai requisitar que cada plataforma adote análise de risco sistêmico. O objetivo é dar mais transparência na moderação de conteúdo e termos de uso para prevenir a propagação de conteúdos violentos.
“No âmbito desse processo administrativo, a Senacon vai solicitar relatórios sobre as medidas que estão adotando. Medidas proativa dessas empresas, como estão atendendo as requisições das autoridades e quais os protocolos que estão editando em fato da situação de crise em território nacional”, afirmou o ministro.
Uma das obrigações das empresas será repassar aos delegados de polícia dados que permitam a identificação do usuário ou do terminal de conexão com a internet imediatamente a fim de facilitar as investigações da autoridade policial. Além disso, a ideia é proibir as empresas de aceitarem novos perfis a partir de endereços já identificados como ameaçadores para escolas.
Segundo Dino, em caso de descumprimento, as plataformas podem sofrer sanções previstas no Código do Consumidor, que incluem a suspensão das atividades no país.