Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) investigou 142 casos envolvendo 350 réus e 714 vítimas de crimes de tráfico internacional de pessoas. O estudo revelou que, em média, o processo desses casos leva quase 11 anos para ser concluído. Esse longo período muitas vezes resulta na prescrição de vários crimes.
O principal obstáculo é o longo tempo que as ações levam para serem concluídas, o que dificulta a produção de provas para serem utilizadas nos tribunais. A demora pode resultar em várias vítimas não sendo encontradas ou recusando-se a prestar depoimento, seja por medo, trauma, vergonha ou pela falta de confiança no sistema judiciário brasileiro.
Números
Um dado chama atenção: 98% do tráfico internacional originado no Brasil seja relacionado à exploração sexual, com as vítimas em sua maioria sendo mulheres. A maioria dos aliciadores são mulheres, representando 56,45% dos casos.
Embora a maioria dos 142 processos analisados na pesquisa da UFMG trate de exploração sexual, outros tipos de tráfico internacional de pessoas foram identificados como trabalho escravo, adoção ilegal e até mesmo remoção de órgãos.
O estudo foi realizado em parceria com a Organização Internacional de Migração (OIM), o Conselho Nacional de Justiça, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região e a Associação dos Juízes Federais do Brasil.