Textos entregues pela entidade ao ministro da Secom, Paulo Pimenta, elencam propostas e pedem critérios para que haja rotatividade de veículos e comunicadores na relação de Lula com mídias alternativas
por Barão de Itararé
Na véspera do café da manhã promovido por Lula na manhã da terça-feira (7), com cerca de 40 mídias independentes e alternativas no Palácio do Planalto, em Brasília, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, representado pelo jornalista Altamiro Borges, foi recebido pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta.
Na ocasião, Borges entregou documento ao ministro pedindo a adoção de critérios democráticos para garantir rotatividade e diversidade de veículos e comunicadores no relacionamento com presidente e governo.
Assim que empossado, Pimenta já havia recebido outro documento no qual o Barão de Itararé elenca propostas para fortalecer a mídia alternativa. De acordo com o coordenador da entidade, Pimenta foi bastante receptivo às contribuições.
Conforme explica Renata Mielli, também coordenadora do Barão de Itararé, a ausência de políticas públicas para democratizar a comunicação no Brasil contribuiu de forma decisiva para os processos regressivos que vivemos: golpe, crescimento da extrema-direita, negacionismo.
“Ter uma política para promoção ativa da diversidade e pluralidade de vozes é um dos principais desafios que estão colocados”, afirma.
“É papel da Secom produzir uma parte dessas políticas. Para contribuir com o debate, apresentamos dois documentos”, explica Mielli.
“Um que consolida anos de debate sobre iniciativas para fortalecer o que se chama de mídia independente, alternativa, popular, comunitária. E um segundo, mas não menos importante, que reúne algumas sugestões sobre como diversificar o relacionamento do governo, particularmente do presidente da República, com os veículos de imprensa”.
Mielli justifica: “Sem planejamento, sem uma política inclusiva e construída com transparência, é difícil envolver a diversidade de veículos que hoje compõem o ecossistema de mídia no Brasil. Um passo relevante já foi dado, com a realização de um café da manhã do presidente com a mídia independente, mas na nossa visão isso é insuficiente”.
Para a jornalista e pesquisadora, “é preciso que essa imprensa independente participe ao lado da imprensa hegemônica e não como algo ‘à parte’, até para evitar segregação e alimentar uma narrativa que beira a criminalização desses veículos”.
Fortalecer as mídias alternativas
Um dos textos traz 16 propostas para o fortalecimento dos mais variados arranjos comunicacionais que buscam produzir conteúdo jornalístico fora dos grandes conglomerados midiáticos nacionais.
“A luta para que o Brasil tenha meios de comunicação mais democráticos e acessíveis à população – que contribuam para a ampliação da liberdade de expressão de todos e todas e que efetivamente estimulem a diversidade e a pluralidade da sociedade brasileira – é estratégica para a construção de um Brasil mais desenvolvido, soberano e democrático”, diz o documento.