Por Moisés Mendes, no seu Blog
São 20 mil os garimpeiros que terão de desocupar áreas dos yanomamis e territórios próximos. Há imagens da fuga dos bandidos em barcos.
São os homens sem dentes mostrados em vídeos sobre o garimpo. São a chinelagem do crime organizado que polui rios e já matou mais de 500 crianças.
Os garimpeiros que fogem da chegada da Polícia Federal são a rafuagem. Os chefes deles não precisam fugir, porque já estão em lugares bem seguros.
O empresário garimpeiro, que recebeu licença de Bolsonaro para destruir áreas indígenas, não anda de barco.
Assim como os chefes do golpe não fogem de nada, porque a caçada aos terroristas dc 8 de janeiro, por eles incentivos, não alcança ainda as lideranças.
O senador Marcos do Val disse que, além dele, de Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira, só mais duas pessoas saberiam do golpe que previa antes o grampo de conversas com Alexandre de Moraes.
Na entrevista à Veja, que desencadeou uma sucessão de cinco versões para o caso, Marcos do Val disse que, pelo convite de Silveira para o grampo, as duas pessoas restantes seriam gente de “cinco estrelas”.
Seriam generais, e a especulação mais presente é, claro, a mais óbvia: os homens com cinco estrelas seriam Braga Netto e Augusto Heleno.
Resumindo, temos três personagens bem identificados (Bolsonaro, Silveira e Do Val) e dois ocultos. Os encobertos são certamente os mais importantes para que o plano desse certo. Os homens que somavam 10 estrelas.
As expectativas do Brasil hoje são essas em relação aos garimpeiros e ao golpe. Enquanto os homens sem dentes escapam, não se sabe quando o sistema de Justiça chegará aos homens com dentes.
Na área do golpismo, ninguém sabe se finalmente teremos as provas de que chefes militares (mesmo que de pijama) articulavam o golpe com Bolsonaro.
Homens com bons dentes, com poder econômico, com proteção política e com a leniência da Justiça, escapam sempre, e com certa facilidade, sem precisar de barcos.
NÃO ACONTECEU NADA
Completaram-se hoje 40 dias da prisão de Luis Fernando Camacho, líder da extrema direita boliviana acusado de tentativa de golpe.
Ministério Público e Judiciário demoraram para pegar Camacho, porque diziam que sua prisão provocaria convulsão política na Bolívia.
O fascista continua preso e não aconteceu nada.
A INVEJA DOS CRÍTICOS
Há uma covardia encoberta nas manifestações pretensamente legalistas de muitos dos que fazem restrições ou condenam as ações de Alexandre de Moraes contra o fascismo.
Como se estivéssemos em tempos de normalidade e como se a extrema direita fosse protagonista convencional da política.
Os críticos de Moraes são, não todos, mas a maioria, do mesmo grupo dos homens sem brio, na definição de Gilmar Mendes.
É gente de todas as áreas, principalmente da academia e do meio jurídico, e há também alguns homens sem brio do jornalismo.
Homens sem brio têm inveja da bravura do ministro que salvou a
democracia com as suas decisões.
A democracia brasileira estaria morta e enterrada sem Lula, sem Moraes e sem os nordestinos
Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. Foi colunista e editor especial de Zero Hora. Escreve também para os jornais Extra Classe, Jornalistas pela Democracia e Brasil 247. É autor do livro de crônicas ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim)